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Após lucros recordes, Dilma quer evitar ganho excessivo de bancos

Esta semana, o banco Itaú anunciou novo lucro recorde. O balanço de 2011 apontou ganho de R$ 14,621 bilhões em 2011, o maior da história no país, superando a marca anterior de R$ 13.323 bilhões de reais, obtida pelo próprio banco em 2010. Fato notório que há anos não só o Itaú, mas todos os bancos veem crescer os lucros de suas operações de maneira sistemática.

Banco Itaú teve lucros recordes em 2011/ Foto: Adriano Abreu

Esses lucros são decorrentes das altíssimas taxas de juros que os bancos cobram por empréstimos concedidos — a taxa Selic está em 10,5% (a maior taxa do mundo) — e das tarifas por serviços prestados aos clientes. No entanto, nesta sexta-feira (10), uma luz foi lançada sobre a questão.

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De acordo com reportagem de O Globo, a presidente Dilma Rousseff, em reuniões com a equipe econômica, declarou que não vê justificativa para que o custo dos empréstimos ainda se mantenha tão elevado no Brasil, especialmente num momento em que o Banco Central (BC) está reduzindo a Taxa Selic e pretende deixá-la mais próxima do padrão internacional.

Para tentar resolver a questão, a presidente encomendou aos técnicos um estudo sobre a composição do spread (diferença entre o que o banco paga para captar dinheiro e quanto ele cobra para emprestar) e o que pode ser feito para que ele seja reduzido.

A lógica de como é estruturado o sistema bancário determina que não haja ônus nas transações, então os custos são repassados ao cliente. De acordo com o economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg, em declaração ao O Globo, “o Brasil reúne ineficiências que fazem com que os bancos repassem custos aos tomadores de crédito. Mesmo assim, ele destaca que o spread bancário vem caindo no país. Embora tenha sofrido uma alta diante das turbulências internacionais (com risco de aumento da inadimplência e recuo da oferta de crédito), ele já voltou a recuar.”

Dessa forma, o governo estuda algumas medidas para reduzir os custos do crédito. Entre elas estão desde a regulamentação do chamado cadastro positivo (que reúne os bons pagadores e poderia ajudar os bancos a darem tratamentos diferenciados de acordo com o histórico de crédito de cada cliente) até uma redução de tributos que incidem sobre o crédito, como Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e PIS/Cofins. Também haveria a possibilidade de reduzir o compulsório, dando às instituições mais liberdade de emprestar seus recursos. Mas nada foi decidido ainda.

Da Redação do Vermelho