Governo faz balanço da greve da PM na Bahia

Em entrevista à imprensa nesta segunda-feira (13/2), o governador da Bahia, Jaques Wagner, fez um balanço dos acontecimentos gerados pela greve de policiais militares na Bahia. Wagner avaliou como acertada a estratégia adotada para acabar com o movimento, começando pela convocação de reforço federal para apoio na segurança pública. Segundo ele, a decisão foi necessária para derrotar uma metodologia de intimidação à população que não pode ser aceita para reivindicações salariais.

O governador relacionou atos de vandalismo e violência ocorridos durante o movimento a policiais militares grevistas e lembrou que as ações estavam vinculadas a um plano organizado em nível nacional. “Nossa postura não poderia ser diferente diante de formas inaceitáveis de tentar conseguir o que se deseja. A outra alternativa seria chancelar. Aí, ano que vem, como é que é? É assembleia e tiro na rua. Aí, o céu seria o limite”, avaliou.

“O objetivo era que o movimento alcançasse o Rio de Janeiro, São Paulo e outros estados, até chegar a Brasília, sempre com essa formatação. Depois da divulgação, nacionalmente, das escutas, ficou evidente que o movimento transcendeu em muito a conotação salarial”.

Ao comentar o fim da greve,Wagner se disse parcialmente satisfeito. “Não dá para ficar feliz, porque a população sofreu”, completou. O petista ressaltou ainda que, antes de deflagrar a paralisação, o grupo que orquestrou a paralisação não buscou o diálogo com o governo. “Eles protocolaram a pauta de reivindicações na Governadoria no dia 30. No dia 31, começou a greve”, afirmou.

O governador explicou também que não é verdade que não havia sido feito nada em relação aos salários dos policiais. “Houve, além da contratação de quase dez mil policiais, o que é bom para quem já estava trabalhando, um aumento real de 30% acima da inflação em cinco anos, mesmo antes desse processo”.

Os benefícios concedidos, o pagamento de 70% da Gratificação por Atividade Policial (GAP IV) ainda para este ano, em novembro, não estava previsto no orçamento de 2012. Com a negociação, a GAP IV terá sua implantação concluída em 2013. Um processo de transição será implantado em 2014, com a aplicação de uma escala intermediária equivalente à metade da diferença entre a GAP IV e a GAP V, e em novembro de 2015 todos chegarão à GAP V.

Também está assegurado o reajuste de 6,5%, retroativo a janeiro deste ano. Essas propostas vão garantir ganhos escalonados no período, que chegarão a 38,89%, para soldados, e a 37,11%, para sargentos, graduações que correspondem aos maiores contingentes da tropa.

Wagner ressaltou ainda que os policiais que não cometeram crimes não serão punidos, por terem participado da greve. Quanto a aqueles que cometeram crime, a apuração vai ter que ser feita com rapidez. “Desde o primeiro momento, disse que não trabalho com a palavra anistia, que é utilizada para saída de regime de exceção, e nós estamos em uma democracia”, concluiu.

De Salvador,
Eliane Costa com agências.