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RPDC e Estados Unidos reiniciam diálogo para retomar negociações

Delegações da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) e Estados Unidos realizarão na quinta-feira (23) em Pequim, China, um terceiro diálogo em que se espera abra o caminho para uma possível retomada das conversas para a desnuclearização da península.

O primeiro vice-chanceler Kim Kye-gwan e o enviado especial Glyn Davies encabeçarão as respectivas representações neste encontro, no qual se dará continuidade às conversas anteriores, realizadas em Nova York e Genebra em julho e outubro passado, nessa ordem.

Segundo informou então Pyongyang, em Genebra aprofundou-se o entendimento das posições e o compromisso de continuar os contatos para solucionar problemas pendentes e criar confiança mútua.

Para analistas, é necessário que tudo continue assim para que o diálogo multilateral, de seis partes, tenha sucesso quanto à desnuclearização da península coreana, nas quais participam também Rússia, Japão, Coreia do Sul e China, seu anfitrião.

O processo mantém-se paralisado desde dezembro de 2008 e na urgência de sua retomada coincidem todos, condição que favorece tal aspiração. Por essa razão esta cúpula é muito aguardada.

Independentemente de seus resultados, é melhor o diálogo que o silêncio, ao contribuir à esperança de um reinício das referidas conversas, ainda que tudo esteja por ver, asseguram comentaristas políticos.

Mas o desejo de novos avanços nesse encontro choca com a realidade de grande tensão na península, ante as manobras militares que a partir da próxima segunda-feira a Coreia do Sul e os Estados Unidos realizarão na parte meridional, onde estão acantonados mais de 28 mil militares do Pentágono.

Os primeiros exercícios, denominados Key Resolve, se estenderão até 9 de março, enquanto o seguinte, Foal Eagle, terá início em 1º de abril com conclusão prevista para o dia 30 de abril.

Ambos foram denunciados pela Coreia do Norte como ensaios de guerra contra seu território ao fazer questão do caráter agressivo dessas manobras.

Tal situação traz preocupação quanto ao destino do diálogo de amanhã, ao mesmo tempo que Pyongyang adverte que esses exercícios só incrementam as tensões na região em detrimento da paz.

A Coreia Democrática considera além disso que a ocupação militar e o domínio dos Estados unidos sobre a região meridional da península constituem a causa da confrontação e o agravamento da situação na região.

Diante desse cenário, o governo norte-coreano recordou recentemente que apesar dos mencionados exercícios, não explodiu uma guerra graças a sua dissuasão com esse fim enquanto mantém firme a vontade de defender a paz.

No meio destes acontecimentos também não se podem esquecer as tensões intercoreanas, agravadas por um incidente ocorrido em 23 de novembro de 2010, quando forças de Seul dispararam contra as águas jurisdicionares do norte, que respondeu a essa ação com fogo de artilharia.

Desde então, a Coreia do Sul intensificou os exercícios militares incluído um reforço de posições em zonas fronteiriças.

Essa realidade, entre outros fatores, explica a posição de Pyongyang com respeito a uma retomada do diálogo norte-sul, resumida em um questionário difundido a princípio deste mês.

Uma das perguntas é a seguinte: Podem tomar a decisão política de suspender totalmente os exercícios militares conjuntos de grande envergadura contra a RPDC?

A mensagem responde à lógica de que é difícil falar no meio de ameaças. Apesar disso, a delegação norte-coreana tentará fazer isso amanhã com a delegação dos Estados Unidos.

Com informações da Prensa Latina