Sindjorce divulga casos de violência a profissionais de imprensa

O Ceará registra, até o momento, quatro casos de violência contra os trabalhadores da imprensa no exercício profissional, ao longo de 2011. Dos quatro casos registrados oficialmente, pelo menos três se deram durante cobertura s de greves de operários da construção civil e bancários. O número corresponde a 75% das denúncias de violência contra profissionais de imprensa no Estado.

No dia 18 de outubro, a repórter fotográfica Viviane Pinheiro, do Diário do Nordeste, jornal de maior circulação do Ceará, foi agredida pelo superintendente financeiro do Banco do Nordeste (BNB), João Francisco Freitas Peixoto, quando ele tentava entrar no banco durante a greve dos bancários. Ao tentar impedir que Viviane registrasse a investida frustrada contra o bloqueio dos grevistas, Peixoto empurrou a máquina da profissional, machucando o rosto dela.

Viviane foi defendida pelos próprios sindicalistas. "Ele é superintendente do banco e não precisava usar desse expediente. Do jeito que ele avançou era para quebrar a máquina", relatou o diretor do Sindicato dos Bancários, Bosco Mota. À Redação do jornal, o superintendente declarou que "a intenção não foi de agredir ninguém, nem cercear o trabalho da repórter fotográfica". "Bati na máquina para afastar. Se eu soubesse que era repórter, jamais impediria o trabalho", reproduziu o Diário na edição do dia 19 de outubro.

O Sindjorce e a FENAJ encaminharam à Superintendência Financeira do BNB um pedido formal de desculpas à repórter. "Não admtiremos que esse tipo de postura se torne rotina no Ceará, que infelizmente aparece como campeão nacional em violência contra jornalistas em 2010, segundo relatório da Federação", afirmou a presidente em exercício do Sindjorce, Samira de Castro.

No dia 21 de março, a jornalista Sílvia Carla, assessora de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual do Ceará (Mova-se), ficou uma hora e meia detida por seguranças do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), depois de fazer imagens da superlotação do setor de emergência daquele hospital.

Dez dias depois, a jornalista Larissa Macedo, o repórter cinematográfico Fernando Apolo e o auxiliar Francisco Maxwell, da TV Ceará (TVC), foram vítimas de violência quando faziam a cobertura da greve dos trabalhadores da construção civil, em um canteiro de obras na avenida Beira-Mar. No episódio, Maxwell foi agredido fisicamente, o tripé da câmera danificado e o repórter cinematográfico perdeu os óculos.

Dezenove dias depois, mais um caso de violência: desta vez contra o auxiliar técnico da TV Jangadeiro, Eberval Carton, agredido por trabalhadores quando participava da cobertura das manifestações da mesma greve, desta vez num piquete na Praça Portugal. Segundo testemunhas, ele entregava uma fita para o motoqueiro da emissora, quando foi surpreendido por manifestantes com tapas nas costas.

Em todos os casos, o Sindjorce e a FENAJ repudiaram os atos de violência, solidarizaram-se com as vítimas e cobraram providências às autoridades no sentido de punir os agressores e, das empresas, garantias de condições mínimas de segurança e dignidade para o pleno exercício profissional.

Fonte: Sindjorce