Ministério do Trabalho propõe reajuste de 9% para jornalistas

No intuito de mediar um acordo razoável entre trabalhadores e patrões, a representante da Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego (SRTE/CE) na mesa de negociação, a auditora Jeritza Jucá, propôs 9% de reajuste para pisos, salários e demais cláusulas econômicas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2011/2012 dos jornalistas empregados em jornais e revistas no Ceará.

O índice foi sugerido após o representante patronal, Mauro Sales, reafirmar a proposta das empresas de 8,4% de correção salarial. Em seguida, ele “arredondou” o percentual para 8,5% e afirmou que os jornais fariam um esforço para pagar o retroativo a setembro de 2011 de forma integral, retirando a última proposta, feita de maneira informal, de desembolso parcelado em duas vezes.

A presidente em exercício do Sindjorce, Samira de Castro, por sua vez, reforçou que a categoria não tinha condições de aceitar os 8,5% de reajuste tendo em vista o irrefutável crescimento das receitas publicitárias dos jornais locais, além do incremento expressivo de seus investimentos em infraestrutura, reformas e novos produtos editoriais.

Ainda assim, na tentativa de chegar a um bom termo, a comissão de negociação do Sindjorce contrapôs o índice de reajuste linear de 9,5%. “Reconhecemos o esforço na tentativa de avanço do presidente Mauro Sales, mas temos responsabilidade para com os jornalistas que estão desde o fim de 2010 com os salários congelados, enquanto tudo aumenta de preço”, disse Samira.

Ante o impasse, a mediadora, Jeritza Jucá, pediu às partes que levassem às suas respectivas bases a sua proposta de reajuste de 9% para os pisos, os demais salários, a Reportagem Especial e o Seguro de Vida. Estas cláusulas estavam em negociação desde o ano passado, já que o Sindjorce retirou outras reivindicações, a fim de assegurar um acordo razoável em termos financeiros.

Cláusulas como Vale-Refeição e Gratificação por Qualificação foram de pronto negadas pelos jornais, por entenderem as empresas que os jornalistas não extrapolam carga horária de cinco horas/dia e não necessitam de estímulo à formação acadêmica após a graduação. "Esta última foi considerada apenas um custo adicional para os jornais, em vez de uma medida de estímulo à qualificação com reflexo direto no produto final das empresas: a notícia", comenta Samira.

Fonte Sindjorce