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EUA: primárias republicanas decepcionam eleitores

A campanha presidencial republicana, com repetida ênfase semanal no favoritismo popular, parece estar deixando impacientes os eleitores estadunidenses, entre os quais 55% afirmam que votariam em um pré-candidato diferente dos atuais.

Conforme pesquisa do diário USA Today e da agência Gallup, mais de metade dos entrevistados manifestou não estar satisfeito com nenhuma das opções representadas por Mitt Romney, Rick Santorum, Ron Paul e Newt Gingrich.

Internamente, segundo a presidenta do Partido Republicano no estado da Georgia, Sue Everhart, também há insatisfação: Sue afirma que seus companheiros partidários “estão muito desiludidos pelo anúncio de que Romney e Santorum não participarão do debate que estava programado para o dia 1º de março, afirmou em nota à imprensa.

“É decepcionante que estas duas figuras tenham decidido ignorar a Georgia. Somos um estado tradicionalmente vermelho (cor vinculada aos republicanos), mas será muito difícil voltar a motivar dois milhões de votantes”, enfatizou Sue.

Mais irregularidades

Nessa mesma semana, o representante Paul foi acusado de irregularidades financeiras em relação a gastos em ajuda de custo no Congresso dos Estados Unidos.

Se for confirmada tal acusação, seria o final da corrida pela Casa Branca para o político texano de 77 anos, que, de qualquer maneira, ainda faz parte das possibilidades para a candidatura partidária.

Paul cobrou ajuda de custo por viagens de trabalho pagas pela Câmara de Representantes e depois arrecadou dinheiro entre outras empresas para as mesmas atividades, denunciou a organização não governamental Roll Call.

Segundo a fonte, o pretendente presidencial recolheu cheques duas vezes pelos mesmos voos entre Washington e Texas, e fatos similares continuaram ocorrendo ao longo de um período entre 2002 e 2009.

A cifra exata de dinheiro não foi declarada, mas se deduz que foram ao redor de 10 mil dólares. Porta-vozes de Paul no Texas negaram as acusações, declarando-as como "uma mentira ridícula fabricada por opositores à sua linha ideológica."

Paul não ganhou nenhuma das eleições internas organizadas desde o último 3 de janeiro e atualmente é considerado o candidato com as piores condições para seguir na disputa.

Panorama atual

Desde dezembro, outras três importantes figuras republicanas (Rick Perry, Herman Cain, e Michelle Bachmann) tiveram que abandonar o concurso presidencial pressionados por denúncias ou por desempenho insatisfatório nas pesquisas ou nas urnas.

Em um estudo independente da Gallup, Santorum liderava a corrida, com uma vantagem em intenção de votos de 36%, seguido por Romney com 26%, enquanto que Gingrich tem 13% de favoritismo, e Paul atrai apenas 11%.

Os quatro candidatos declararam na semana anterior que se manterão na competição até a Convenção Republicana em agosto, não importa o que aconteça com sua popularidade.

Nomes como os do governador de New Jersey, Chris Christie, ou o da Indiana, Mitch Daniels, e também o ex-dirigente da Flórida, Jeb Bush, estão sendo mencionados como prováveis designações presidenciais de última hora por parte desse grêmio político opositor.

A mesma pesquisa do USA Today-Gallup encontrou um alto grau de resistência à possibilidade de uma convenção negociada, o que representaria um palco onde nenhum dos atuais candidatos apresentaria o número mínimo imprescindível de delegados.

Para 66% dos votantes do partido republicano e dos independentes com inclinação republicana, pode ser fatal para esta formação partidária chegar a agosto em tais condições.

Enquanto isso, o Comitê Nacional Democrata (CND) mudou de estratégia e começou a atacar com mensagens radiotelevisivas o conservador evangélico Santorum, que lidera importantes indicadores de opinião nos Estados Unidos.

Obama

Depois de meses apontando o favoritismo do ex-governador Romney, o CND demonstra agora considerar o ex-senador da Pensilvania como a maior ameaça nas urnas para o presidente Barack Obama, que já faz campanha por sua reeleição.

Santorum lidera várias pesquisas no âmbito nacional a caminho das primárias de Michigan e Arizona, previstas para a próxima terça-feira, e seria uma loucura que os democratas não pusessem um olho nele, comentou o analista político Random Doe.

Em lugar de focar economia e empregos, como faz o presidente Obama, este candidato republicano fala de temas tão estranhos como o domínio do homem sobre a terra e as inconveniências da educação, destaca um anúncio do CND.

O chamado estado dos Grandes Lagos, juntamente com o Arizona, no extremo sul do país, realizarão eleições internas republicanas no dia 28 de fevereiro, com 30 e 29 delegados em disputa, respectivamente.

As recentes vitórias do ex-legislador conservador no Colorado, em Minnesota e Missouri estão dando seus frutos, ao mesmo tempo em que a popularidade do ex-governador Romney vai caindo, segundo indicam outras empresas de pesquisa, como o Pew Research Center e a Gallup.

Ainda com 40 estados ou territórios por realizar votações, a atual divisão de delegados do Partido Republicano favorece Romney com 105 inscrições, Santorum, 71, Gingrich com 29, e Ron Paul, que tem 18.

Para se qualificar oficialmente como candidato pelo partido, o aspirante deve acumular antes de junho a cifra de mil 144 delegados.

A Convenção Nacional Republicana, que definirá oficialmente o candidato presidencial, está prevista para finais de agosto, quatro meses antes das eleições gerais para identificar a sucessão executiva na Casa Branca.

No dia 6 de novembro de 2012 serão eleitos os próximos Presidente e Vice-presidente dos Estados Unidos.

Enquanto não for submetido a julgamento político ou enquanto não surgir outro empecilho de força maior, o Presidente no cargo sempre poderá se postular à reeleição nos Estados Unidos.

Até hoje, três chefes estadunidenses de Estado foram eleitos para um segundo mandato, mas não o cumpriram porque foram assassinados ou renunciaram: Abraham Lincoln, William McKinley e Richard Nixon.

Fonte: Prensa Latina