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Ministro promete para 2018 nova estação brasileira na Antártica 

O ministro da Defesa, Celso Amorim, informou aos senadores, nesta terça-feira (6), que a construção de uma nova base científica na Antártica só deve começar no verão de 2013/2014 e deve estar concluída até 2018. A unidade vai substituir a Estação Comandante Ferraz, parcialmente destruída por um incêndio em 25 de fevereiro. O ministro participou de audiência no Senado sobre a reconstrução da base da Marinha na Antártida.

Técnicos do governo avaliam modelos de base recentemente desenvolvidos pela Espanha e pela Coreia do Sul para a reconstrução da nova base na Antártica. “Estima-se que essas bases, não as monumentais, mas as razoáveis, custem na ordem de R$ 100 milhões", disse Amorim.

Amorim anunciou ainda que o governo disponibilizará ainda neste ano um recurso extra inicial de R$ 40 milhões para a reconstrução da base. E disse que pesquisadores e militares poderão voltar aos seus trabalhos na Antártida utilizando módulos provisórios, que serão instalados na área da antiga base Comandante Ferraz.

A deputada Jô Moraes (MG), vice-presidente da Frente Parlamentar Pró-Antártica, avalia que todo esforço deve ser feito para garantir a continuidade dos trabalhos da estação brasileira na Antártica. E destaca que “temos que compreender que a Estação Antártica Comandante Ferraz permite, há 30 anos, que o Brasil integre o Tratado de Madri; que o Brasil se incorpore às pesquisas mais avançadas; que o Brasil possa ser parceiro de uma região onde se estabelecem a paz e a ciência como grandes mestres de sua condução”, afirmou.

Futuro da pesquisa

O professor e diretor do Centro Polar e Climático da Universidade do Rio Grande do Sul (UFRGS), Jefferson Simões, informou que o incêndio não paralisou totalmente as pesquisas, e cerca de 60% dos projetos estão preservados. A preocupação, agora, acrescentou ele, é manter plenamente os trabalhos que não foram afetados.

O pesquisador informou que grande parte dos dados referentes às pesquisas está no Brasil e continuarão a ser estudados. Como observou, “um cientista maduro não iria perder seus dados de décadas numa tacada só”.

Até a construção da nova base, os profissionais poderão continuar trabalhando com a ajuda de dois navios polares, o Ary Rongel, que deve ficar mais no apoio logístico; e o Almirante Maximiano, com cinco laboratórios e capaz de acomodar 35 pesquisadores.

Os estudos devem continuar em módulos emergenciais, a serem construídos com habitabilidade e estrutura de pesquisa, e nos laboratórios da base que não foram diretamente atingidos pelo incêndio. Para tanto será necessário ainda reativar a energia.

Tragédia

O incêndio na base Comandante Ferraz começou na casa das máquinas, na madrugada de sábado (25), no local onde ficam os geradores que fornecem energia à estação. O acidente deixou dois militares mortos e 70% da base de pesquisa destruídos. As partes mais atingidas foram o prédio principal e alguns dos laboratórios. Os refúgios (módulos isolados para casos de emergência), os tanques de combustíveis e o heliponto, que são estruturas isoladas do prédio principal, escaparam das chamas.

A Estação Antártica Comandante Ferraz completou 30 anos em janeiro deste ano. Localizada na Ilha Rei George, a base entrou em operação em 1984. Atualmente, as principais linhas de pesquisa lá desenvolvidas tratam de biologia marinha, de monitoramento ambiental e da camada de ozônio.

De Brasília
Com Agência Senado