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Obama diz que EUA não devem atacar de imediato o Irã

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou a defender nesta terça (6) que as pressões e sanções contra o Irã ainda podem solucionar a crise sobre o programa nuclear do país, e acusou a oposição republicana de "bater os tambores da guerra". "Essas pessoas não têm várias responsabilidades", disse ao criticar os pedidos para que lance um ataque contra o país persa. "Eles não são comandante-chefe", afirmou em sua primeira entrevista coletiva do ano.

"Quando vejo a facilidade como falam de guerra, me lembro dos custos que isso envolve, em termos de enviar homens e mulheres para a batalha, o impacto em suas vidas, na nossa segurança nacional e na nossa economia. Isso não é um jogo", disse. A declaração foi uma resposta aos questionamentos dos pré-candidatos republicanos sobre a postura da Casa Branca a respeito do Irã.

O presidente norte-americano afirmou que "ainda há margem" para resolver o impasse sem uma ação militar e que está concentrado em "sanções fortes" e na pressão internacional contra a nação persa. "Cada vez que optamos por uma ação militar há um preço a pagar. Às vezes é necessário, mas não é algo que vamos realizar sem pensar. Quando agimos sem pensar, a questão acaba envolvida em política, cometemos erros e não somos nós que pagamos o preço, mas os uniformizados (soldados)", declarou.

O líder dos EUA afirmou que em seus encontros privados nesta semana com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, passou a mesma mensagem que seus pronunciamentos públicos, sugerindo que a pressão israelense por uma ação urgente não se baseia em fatos.

Segundo ele, uma decisão não será necessariamente tomada nas próximas semanas ou meses, como vinha sinalizando Israel. Apesar de insistir no poder das sanções, Obama tem dito, contudo, que não descarta nenhuma possibilidade em relação ao Irã e que "todas as opções estão na mesa".

Síria

Apesar de condenar a violência na Síria, o norte-americano não mostrou nenhuma intenção de envolvimento militar no país árabe. Segundo ele, atacar a Síria de forma unilateral seria "um erro". O presidente também rejeitou uma comparação com a Líbia, onde os EUA e aliados intervieram no ano passado.

Segundo Obama, a situação na Síria é muito mais complicada que na Líbia – onde os EUA encabeçaram ataques aéreos no ano passado, contra o então líder Muamar Kadafi. "Devemos pensar no que é efetivo e convém à nossa segurança nacional", disse Obama.

Até o momento, lembrou o presidente, a comunidade internacional não conseguiu mostrar unidade contra o governo Assad. A Rússia e a China têm vetado resoluções no Conselho de Segurança para condenar o governo, e o Exército de Assad é muito mais bem equipado e mais poderoso do que a força líbia.

A entrevista coletiva aconteceu no mesmo dia em que o Partido Republicano enfrentava a chamada "Super Terça", quando são realizadas eleições primárias em dez estados norte-americanos, para escolher mais de 400 delegados, dos 1.144 necessários para conseguir a candidatura do partido à Presidência dos EUA.

Na ocasião, os pré-candidatos republicanos insistiram em declarar que Obama tem sido débil ante o Irã e prometeram o uso da força contra as instalações nicleares da nação persa, caso cheguem ao poder.

Com agências