Chapa da CTB vence e Nastagnan é reeleito presidente do Sintro/RN
Diretoria do Sintro é reeleita com 40% dos votos
Publicado 14/03/2012 08:33 | Editado 04/03/2020 17:07
Inicialmente a eleição estava marcada para 3 de março, mas foi suspensa por determinação da juíza Lisandra Cristina Lopes, da 7ª Vara do Trabalho de Natal, baseada no pedido de Antônio Junior da Silva, o Júnior Rodoviário, candidato pela chapa 2, que apontou o voto de motoristas contratados por prefeituras e pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) como ilegal.
Em entrevista ao Coletivo Foque o Procurador Regional do Trabalho, José de Lima Ramos Pereira, confirmou que é a primeira vez que o órgão atua como árbito de um processo eleitoral. “O Ministério Público do Trabalho foi eleito para atuar na eleição do Sintro exatamente por que houve uma discordância muito grande entre as chapas, com ajuizamento de três ações e a suspensão da eleição por determinação judicial da 7ª Vara do Trabalho de Natal. Com isso, o Ministério Público do Trabalho passou a participar a pedido do poder judiciário. Escolhido como árbitro, a gente estabeleceu regras antes e durante o processo eleitoral”, informou o representante do MPT.
Ainda de acordo com o procurador José de Lima, além dele, outros dois procuradores, Francisco Gérson Marques de Lima, vice-coordenador nacional da Conalis (Coordenadoria Nacional de Promoção à Liberdade Sindical), e Antonio Gleydson Gadelha de Moura, coordenador regional do MPT em Mossoró, acompanharam a eleição e a apuração.
O candidato da chapa 4, Gilberto Fonseca, que acompanhava a apuração, afirmou que “o processo eleitoral com a arbitragem do Ministério Público veio trazer uma transparência e uma legitimidade maior ao pleito, onde a chapa 4, menos favorecida com estrutura, teve mais oportunidade de entrar no processo democrático. Confiamos plenamente no Ministério Público do Trabalho, quando a categoria teve a liberdade de expressar livremente o seu voto, mas infelizmente pode aparecer um resultado onde o capital usado pela direção e pela chapa apoiada pela Cut venha prevalecer por falta de esclarecimento de algumas pessoas da categoria e pela omissão também de alguns trabalhadores que preferiram não votar e não manifestar a sua indignação com essa situação”.
Para o presidente da CTB/RN, Moacir Soares, “pela primeira vez na história sindical é judicializado esse processo de eleição e de apuração. Essa é uma experiência que, infelizmente, não está só no Estado do RN, mas em todo o Brasil. O movimento sindical, principalmente nós do setor classista, tem preocupação com essa intervenção do judiciário nos sindicatos. Mas, especificamente essa experiência com relação a esse pleito no Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários, entendo que foi necessário pelo histórico e complexidade do processo eleitoral nessa categoria, que em nível nacional tem acontecido barbaridades. Só esperamos que isto não seja efetivada em todas as categorias, que essa situação pare por aqui. Que as eleições transcorram na paz, na tranquilidade, com o debate político, ideológico com a categoria”.
Tanto a apuração quanto a votação foram filmadas, medida que visava barrar a ocorrência de irregularidades – como votos duplicados – verificadas, segundo filiados, nas eleições anteriores. Outro destaque foi a participação dos sindicalistas na contagem dos votos, o que garantiu transparência à apuração. A próxima eleição, segundo o MPT, deve contar com o auxílio de urnas eletônicas.
"É neste momento que vemos como vale a pena trabalhar", comentou o presidente reeleito, Nastagnan Batista. A luta dos rodoviários, segundo o presidente, focará o aumento dos salários de motoristas e cobradores do Estado. "A classe não é valorizada pelos empresários como deveria", disse. O Sintro/RN possui mais de quatro mil associados que contribuem, mensalmente, com 2% do salário, o que dá, em média, R$ 25,00 por associado.
Fonte: Blog de Moacir Soares com informações da Tribuna do Norte