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No aniversário da invasão do Iraque, atentados matam dezenas

Uma série de atentados terroristas causou nesta terça-feira (20) a morte de pelo menos 42 pessoas no Iraque, numa onda de violência que coincide com o nono aniversário da invasão do país e que ocorre a apenas uma semana da realização da cúpula de chefes de estado árabes na capital Bagdá.

Fontes policiais no país informaram à Agência Efe que a maioria dos ataques, que atingiram principalmente a capital e as cidades de Kirkuk, Karbala e Ramadi, foram realizados por terroristas suicidas.

Os três atentados em Bagdá, um deles cometido próximo ao Ministério das Relações Exteriores e outro numa igreja, causaram a morte de 11 pessoas e deixaram 37 feridos. O incidente gerou dúvidas sobre a eficácia das medidas de segurança anunciadas pelas autoridades iraquianas para a celebração da cúpula da Liga Árabe, prevista para começar na próxima quinta-feira (29).

Nesta terça-feira, o secretário-geral adjunto da Liga Árabe para Assuntos Econômicos, Mohammed al Tuiyri, anunciou que os delegados dos estados-membros do organismo começarão nesta quarta-feira reuniões no Cairo, no Egito, para preparar o encontro.

Os atentados ocorreram nove anos depois do início, em 20 de março de 2003, da invasão do Iraque por uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, e que terminou com a queda do líder Saddam Hussein. A invasão ocorreu sob o pretexto que que o país teria armas nucleares, mas elas nunca foram encontradas.

O ataque mais sangrento ocorreu na cidade de Karbala, a 110 quilômetros ao sul de Bagdá, quando dois veículos explodiram nas proximidades de uma delegacia. Treze pessoas morreram e 38 ficaram feridas.

Em Kirkuk, situada a 200 quilômetros ao norte da capital, 11 pessoas morreram (entre elas dez agentes de segurança) e 52 ficaram feridas após a explosão de dois veículos carregados de explosivos.

Nos outros atentados, cometidos de maneira similar nas províncias de Babel, Salah ad-Din e Al-Anbar, sete pessoas morreram (três delas membros de uma mesma família) e 59 ficaram feridas.

Há cerca de um mês, em 23 de fevereiro, outra onda de atentados foi registrada no Iraque, causando a morte de 41 pessoas e outras 200 feridas. Os ataques foram reivindicados no dia seguinte pelo conglomerado de grupos terroristas Estado Islâmico do Iraque, liderado pela Al Qaeda.

O Iraque vive uma escalada de violência desde a retirada dos últimos soldados norte-americanos do país, em 18 de dezembro, e do anúncio da ordem de prisão do vice-presidente sunita, Tareq al Hashemi, por supostos delitos de terrorismo.

A situação do vice-presidente gerou uma grave crise política, agravada pelos numerosos atentados cometidos contra alvos xiitas e contra as forças de segurança.

Com Efe