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Ahmadinejad cobra que EUA e Otan deixem Afeganistão

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pediu nesta segunda-feira (26) aos Estados Unidos e à Otan que se retirarem do Afeganistão e compensem o prejuízo econômico que causaram a esse país. “A causa de todos os males no Afeganistão é a presença das forças da Otan no solo afegão, sobretudo, as [tropas] dos Estados Unidos”, disse.

"A estabilização do Afeganistão dependerá de quão breve Estados Unidos e Otan deixem esse país", disse o presidente iraniano na 5ª Conferência Internacional de Cooperação Econômica com o Afeganistão, realizada na capital do Tadjiquistão.

Ahmadinejad acrescentou que sua proposta para estabilizar o Afeganistão consiste em que eles (EUA e Otan) se retirem desse país, e acrescentou: "Temos certeza que com sua partida também resolverá o problema dos narcóticos".

Além disso, disse que a Aliança Atlântica deve compensar o prejuízo econômico causado ao Afeganistão, para o qual durante uma década deveria abonar anualmente "25% da despesa militar do país ou 5% do orçamento militar dos países-membros da Otan".

O presidente iraniano acusou os EUA de tentarem impor a todos suas regras, o que "se vê não só no Afeganistão, mas também no Irã, Palestina, América do Sul e em algumas regiões da Ásia".

"A Otan e os EUA devem mudar sua política, pois já passaram os tempos em que ditavam suas condições ao mundo", enfatizou. Pouco depois que Ahmadinejad começou seu discurso, a delegação norte-americana, liderada por Robert Blake, assessor do Departamento de Estado para os assuntos de Ásia Central, deixou a sala onde se realiza a conferência.

Desde 2001, há no Afeganistão tropas estrangeiras. A ocupação foi definida pela Otan devido aos ataques de 11 de setembro (de 2001). A previsão é que as tropas deixem a região até o final de 2014 embora os alemães (que também integram as tropas) não confirmem essa data. “Nós queremos que a comunidade internacional nos ajude a estabelecer a serenidade e a estabilidade”, disse o presidente afegão.

Reuniões nas quais delegações norte-americanas e iranianas estejam presentes são raras. Os Estados Unidos e o Irã romperam as relações diplomáticas em 1979, quando houve a Revolução Islâmica iraniana. 

Atualmente os norte-americanos lideram uma campanha internacional para levantar suspeitas de que o programa nuclear do Irã teria como objetivo a construção de uma arma nuclear. A suspeita é negada pelas autoridades iranianas, que atestam que o programa tem fins pacíficos.

Com agências