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Frente Parlamentar quer evitar desindustrialização do país

Será lançada nesta terça-feira (27), a Câmara, a Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Nacional. A Frente será um espaço de debate e de ações dos representantes do setor empresarial, dos trabalhadores, do Congresso e do governo a fim de buscar meios para conter o recuo da participação no PIB (Produto Interno Bruto) na indústria brasileira, explica o deputado Newton Lima (PT-SP), coordenador da frente. 

Ele afirma que esse assunto preocupa o governo e a sociedade, a ponto de unir empresários e trabalhadores num movimento em defesa do parque industrial brasileiro.

Os dados do IBGE que retratam essa realidade são contundentes e demonstram que o processo de retração da indústria na composição do PIB tem se agravado nas últimas décadas, passando de 27,6% em 1985 para 14,6% em 2011 – o mais baixo nível desde 1956.

Com a crise internacional os problemas aumentaram ainda mais. A indústria sofre os reflexos incidentes sobre o câmbio e sobre a balança comercial, que têm causado acentuada redução nos níveis de produção e na exportação de manufaturados. Somam-se a isso a ofensiva comercial de países asiáticos que ultimamente disponibilizam no mercado produtos de alto valor agregado.

“Precisamos discutir e propor medidas legislativas e políticas públicas que incentivem a inovação tecnológica e valorizem o conteúdo nacional nas linhas de produção brasileiras”, justificou Newton Lima.

E anuncia que “atendendo à reivindicação de empresários e sindicalistas, algumas medidas já vêm sendo adotadas pelo Governo Federal para enfrentar esse desafio, como a desoneração de setores sensíveis – têxteis, móveis, couro e informática, por exemplo –, e a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para aliviar a pressão cambial. São medidas importantes, mas elas respondem a questões pontuais. Se nos limitarmos a essas medidas, estaremos adotando meros paliativos”.

Investimentos pesados

Para o parlamentar, que também é presidente da Comissão de Educação e Cultura, “o ponto fundamental para revertermos o que muitos já chamam de processo de desindustrialização do país é investir pesadamente em educação, ciência, tecnologia e inovação, como fizeram os chamados “tigres asiáticos” que, no espaço de três décadas, tornaram-se a vanguarda da produtividade mundial. Hoje, o investimento do Brasil em Pesquisa e Desenvolvimento é pouco mais que 1,19% do PIB”.

E sugere ainda medidas para qualificar e capacitar a mão de obra, ainda largamente destreinada. “E, para que isso não fique apenas no papel, é necessário encontrar fontes permanentes de financiamento, como uma porcentagem de royalties sobre exploração do petróleo e recursos minerais”, afirma.

“A Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Nacional nasce com esse objetivo, de buscar meios de aumentar a competitividade da nossa indústria, não apenas para que ela possa exportar produtos de alto valor agregado – como aviões e softwares – como também competir em termos de igualdade no mercado interno. Em tempos de globalização, temos que encontrar novas formas de manter a soberania nacional”, conclui, alertando que a outra opção “é deixar aos outros países a iniciativa de definir nosso lugar no mundo”.

Conheça manifesto da Frente Parlamentar:

De Brasília
Com agências