Combater a corrupção é uma opção de vida, diz Protógenes

A Câmara Municipal de São Paulo, por iniciativa do vereador Jamil Murad (PCdoB), recebeu ontem (2) a presença do deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) para o lançamento de publicação que conta os bastidores da Operação Satiagraha, encabeçada pelo então delegado da Polícia Federal. Dentre os presentes estava o secretário especial de Articulação da Copa, Gilmar Tadeu Ribeiro Alves.

PQ

Segundo o vereador Jamil Murad, o evento era uma forma de informar a população sobre os desdobramentos das investigações e sobre como são operados grandes esquemas de corrupção. “Nenhuma nação, em qualquer época, se constrói se seus cidadãos e seus líderes forem coniventes com a corrupção”, declarou.

O vereador e candidato do PCdoB à prefeitura, Netinho de Paula, ressaltou que “muitas vezes aqueles que se colocam como pais da moralidade são justamente os que se envolvem com a corrupção”.

Em uma referência ao senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que costumava defender a ética na política e agora está sendo acusado de atuar no Congresso em favor do operador de jogos ilegais Carlinhos Cachoeira, Protógenes constatou: “o arauto da moralidade foi pego com a boca na botija”. O parlamentar propôs que seja aberta uma CPI para investigar as ligações de Cachoeira com deputados federais. Segundo ele, já foram conseguidas 208 assinaturas de um total de 513 deputados.

Para o ex-delegado, a corrupção é um problema presente em diversos países, mas que pode ser combatido e minimizado a partir de ações como o endurecimento da legislação, a eficiência na aplicação das leis e a mudança de concepções. Por isso, apresentou na Câmara Federal o Projeto de Lei 21/2011, que estabelece a pena de 30 anos de prisão para corruptos e corruptores.

“Todo mundo pode, em algum momento, ser tentado a praticar atos ilegais, mas a questão é que sempre há escolha. E a minha foi não compactuar”, disse. Protógenes enfatizou ainda que “combater a corrupção é uma opção de vida”.

Questionado sobre os problemas do sistema prisional brasileiro, Protógenes disse “acreditar no ser humano”, mas destacou que é preciso dar àqueles que cometeram delitos e cumpriram sua pena a oportunidade de ressocialização.

Além de descrever a Satiagraha, a revista Protógenes contra a Corrupção, traz entrevistas com especialistas da área de segurança e jurídica que abordam o combate aos desvios na política e no serviço público.