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Cúpula do DEM decide abrir processo de expulsão de Demóstenes

A cúpula do Democratas decidiu nesta segunda (2) pela abertura do processo de expulsão do senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Para o presidente do Democratas, senador José Agripino Maia (RN), a saída do senador é dada como certa. Para Agripino, Demóstenes foi “uma decepção” e “dificilmente o partido não tomará essa posição” de expulsá-lo.

Na opinião de Agripino Maia, Demóstenes Torres reiteradamente se desviou da conduta parlamentar quando se relacionou intimamente com o controlador do jogo do bicho no estado de Goiás, Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal flagraram o senador e o bicheiro em conversas nas quais tratam de dinheiro, de informações privilegiadas e do destino de projetos de lei que interessavam a Cachoeira. Além disso, o próprio senador admitiu que recebeu como presente de casamento de Carlinhos Cachoeira eletrodoméstico no valor de R$ 30 mil.

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Demóstenes não participou da reunião e não se manifestou sobre a abertura do processo de expulsão. Ele terá uma semana para se defender antes que o Democratas anuncie a decisão final.

A cúpula do Democratas, no entanto, não pretende recorrer à Justiça Eleitoral para requerer o mandato de Demóstenes Torres no caso de ele vir a ter o mandato cassado. Segundo Agripino Maia, o partido não pode acusá-lo de infidelidade partidária e deixará que os pares de Torres no Senado se posicionem sobre o assunto.

Demóstenes Torres está respondendo a inquérito no Supremo Tribunal Federal baseado nas gravações feitas pela Polícia Federal que resultaram na Operação Monte Carlo. O ministro Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de sigilo bancário do senador e solicitou um levantamento sobre as emendas parlamentares e os projetos relatados por ele para investigar se Cachoeira foi beneficiado.

O bicheiro, que está preso, é acusado de controlar a máfia dos caça-níqueis e outros jogos de azar em Goiás e de corromper policiais e políticos do estado. Além de Demóstenes Torres, os deputados Sandes Júnior (PP-GO), Carlos Leréia (PSDB-GO) e Stepan Nercessian (PPS-RJ) também tiveram conversas telefônicas com Cachoeira grampeadas pela PF. Nercessian pediu nesta segunda (2) afastamento temporário do seu partido.

Informações da Agência Brasil