Santos diz estar disposto ao diálogo com as Farc; ação mata 6
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos revelou que está disposto a dirigir pessoalmente as negociações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), embora tenha dito duvidar da real intenção de paz da guerrilha. Enquanto o processo de negociação pacífica não avança, as ações militares seguem de ambas as partes. No sábado (7), seis soldados e três membros das Farc morreram.
Publicado 09/04/2012 11:48
Em entrevista concedida à revista Época, Santos afirmou que “se houver vontade por parte das Farc… Realmente queria que (a negociação) fosse diretamente comigo, assim como fiz as pazes com Hugo Chávez. Eu faria a paz com a guerrilha diretamente.”
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E lembrou que, “pela Constituição, quem tem a chave da paz é o presidente da República. Por isso, sou eu quem pode iniciar realmente uma negociação. Não começo esse processo enquanto não vir que ele poderá ser exitoso…”
As Farc têm reiterado que estão abertas ao diálogo e pedem que o governo reconheça a existência de presos políticos e de guerra e permita a visita de ativistas às prisões onde mais de 7 mil guerrilheiros estariam presos em condições que violam os direitos humanos. O governo, no entanto, não permitiu a visita do grupo pacifista Mulheres pela Paz, colocando mais um obstáculo para a saída mediada.
A presidente do Conselho Mundial pela Paz, Socorro Gomes, que integra o grupo de mulheres ativistas que pretendiam visitar as cadeias colombianas, considerou a atitude de Santos “uma demonstração de que ele não quer a paz, nem o diálogo. Ele quer, na verdade, esmagar a guerrilha. Está empenhado em uma operação de cerco e aniquilamento da insurgência”.
Ataques
Os ataques ocorreram na estrada entre Quibdó, capital de Chocó, e Medellín, capital do Departamento de Antióquia, quando os militares surpreenderam rebeldes que tentavam colocar explosivos na estrada.
"Nos confrontos, infelizmente, perdemos seis de nossos soldados atingidos por artefatos explosivos. Temos conhecimento de pelo menos três guerrilheiros mortos em combate e dois feridos", disse o general Hernán Giraldo à rádio "Caracol".
Na quarta-feira (4), em outra estrada no estado de Putumayo, vizinho ao Equador, também morreram dois militares pela explosão de uma bomba deixada por rebeldes das Farc. Essa foi a primeira ação da guerrilha após a libertação de dez policiais e militares na última segunda-feira.
Vanessa Silva, com informações da Época e agências