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Farc: Militares voltam ao Brasil após libertação de sequestrados 

Sete dias após  partir de Manaus, o grupo de 20 militares brasileiros retornou à capital amazonense nos helicópteros do Exército usados na missão de resgate de 10 presos de guerra mantidos pelas Forças Revolucionárias Colombianas (Farc), libertados na última segunda-feira (2).
 

Militares retornam ao Brasil após a participação na bem sucedida libertação de 10 reféns das Farc, na
Colômbia. Foto/ Arnoldo Santos – Terra

Os militares brasileiros, todos pertencentes ao 4º Batalhão de Aviação do Exército (4º Bavex), pousaram nos helicópteros modelos Cougart, de fabricação francesa, às 17h (horário de Brasília), no campo do Comando Militar da Amazônia (CMA). As aeronaves estavam acompanhadas por um terceiro helicóptero do Exército como escolta. O grupo foi recebido por familiares e saudados pelo general Franklinberg Freitas, chefe de operações do CMA.

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Os militares partiram de Manaus no dia 30 de março, passaram por São Gabriel da Cachoeira (noroeste do Amazonas) e, de lá, voaram cerca de 1.800 km até a cidade de Villavicencio, capital do departamento de Meta, na Colômbia. Trata-se da quarta participação em quatro anos de uma missão humanitária de resgate e transporte de reféns no país. A missão, batizada de Operação Liberdade 4, foi coordenada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha com o apoio da ONG Colombianos e Colombianas em busca da Paz.

De Villavicencio, apenas um helicóptero voou até o local indicado pelos guerrilheiros como ponto de encontro. A segunda aeronave ficou na cidade colombiana para eventual apoio de emergência. "Nós chegamos (ao local) às 11 horas (da manhã). Havia somente um grupo de guerrilheiros. Eles nos informaram que o grupo (de reféns) chegaria em algumas horas. Como toda a missão era delegada pela Cruz Vermelha, decidiu-se esperar. O encontro ocorreu quatro horas depois", contou o major aviador Murucci, piloto do helicóptero.

Para cumprir a missão, o Exército Brasileiro assinou um protocolo com uma série de procedimentos a serem cumpridos durante a permanência no país vizinho, principalmente em relação às informações e contato com os guerrilheiros. "A partir do momento em que o helicóptero põe o símbolo da Cruz Vermelha, a missão não é considerada militar, mas sim uma missão humanitária", explicou a coordenadora da missão pela Cruz Vermelha, Sandra Lefcovich.

Mais do que uma missão humanitária, a missão empreendida pelos soldados do Exército representam mais um ganho político na conjuntura internacional da América do Sul. O Brasil, que tenta se consolidar como uma liderança estratégica continental, mostra a capacidade de entrar de maneira pacífica nas questões nevrálgicas de países vizinhos – ainda mais em se tratando de uma Colômbia, onde a presença militar norte-americana é um incômodo aos vizinhos, inclusive o próprio Brasil.

"É um missão especial, complicada, que tem uma série de detalhes a serem cumpridos, o que mostra todo o profissionalismo dos nossos militares. Por isso é uma satisfação de participar", disse o general Franklinberg que, na resposta, não se aprofundou muito no lado político da missão, mas confirmou que "todos os momentos da missão foram monitorados pelo centro de operações do CMA em tempo real".

Fonte: Terra