Sem categoria

Professores de SP fazem assembleia tumultuada e encerram greve

Professores da rede municipal de educação de São Paulo realizaram uma assembleia tumultuada no centro da capital, nesta terça-feira (10), em frente ao gabinete da prefeitura. Em greve desde o dia 2, eles foram convocados pelo Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal (Sinpeem). Segundo presentes ouvidos pelo Vermelho, a maioria votou pela manutenção da paralisação. Mas, o presidente do sindicato, Claudio Fonseca, decretou o fim do movimento grevista, o que gerou revolta.


Professores da rede municipal fazem ato nesta terça (10)/foto: G1

A categoria reivindica antecipação dos índices de reajustes garantidos para 2013 (10,19%) e de 2014 (13,43%), fim da terceirização dos serviços públicos, entre outros pontos. Também consta na pauta de reivindicação a valorização profissional, manutenção das férias coletivas em janeiro e recesso em julho para os Centros de Educação Infantil, isonomia, direitos funcionais, realização de concursos, ampliação das tabelas de vencimentos, redução do número de alunos por sala de aula, melhoria do atendimento médico hospitalar, atendimento à demanda em todas as modalidades de ensino.

Com faixas, cartazes, bandeiras e carros de som, os professores se reuniram na Praça Patriarca e tomaram uma faixa da Rua Líbero Badaró. Depois, seguiram para o gabinete do prefeito Gilberto Kassab (PSD). Indignados com a votação, centenas de manifestantes permaneceram no local mesmo depois do presidente do Sinpeem dar como encerrada a assembleia.

“Ele acabou com a assembleia declarando que a maioria tinha decidido pelo fim da greve. Ele desrespeitou uma decisão soberana da categoria. Vamos fazer moções de repúdio nas escolas, exigindo inclusive que ele saia do sindicato. Depois que desmonta a greve é difícil reverter a situação”, afirmou a vice-secretária de Assuntos Jurídicos da entidade, Lourdes Quadros Alves.

Tudo indica que amanhã os professores comparecerão regularmente nas escolas municipais. O presidente do Sinpeem, que também é vereador de São Paulo pelo PPS, foi procurado quatro vezes pelo Vermelho, mas até o fechamento da matéria não retornou.


Foto: Vanessa Silva

Segundo Lourdes, que faz parte da oposição a atual gestão, foi visível que a maioria votou pela manutenção da greve. Mesmo assim, ela solicitou propor uma nova votação para esclarecer o posicionamento da maioria.

“A proposta favorável a continuidade da greve foi visivelmente majoritária , eu estava no carro de som, deu para ver. Insisti com o presidente do sindicato: vamos fazer mais uma votação porque passou a proposta da greve e ele disse que não. Eles me impediram de falar”, lamentou Lourdes Alves.

Segundo a diretora, a proposta apresentada pelo governo de Gilberto Kassab (PSD) foi insuficiente. “Eles propõem duas bonificações para a categoria no final da carreira, então os jovens não teriam nenhum aumento concreto salarial agora, só os mais antigos. Nem tocaram na questão sobre a garantia do recesso para os profissionais da creche (educação infantil)”, explicou ela.

Segundo a polícia militar, o ato desta terça-feira reuniu cerca de 500 pessoas. Na quarta-feira (4), um ato da categoria reuniu cerca de 2 mil manifestantes em frente no mesmo local. Hoje, a tropa de choque foi chamada para conter os manifestantes que se opuseram à decisão do fim da greve.

Em nota, a secretaria de Gestão informou que a Prefeitura tem como meta a valorização dos professores e que "as negociações estão e permanecerão abertas".

Nova reunião

Um grupo de cerca de 200 trabalhadores decidiram marcar uma reunião no sábado (14), às 9h, na sede do Sindicato dos Previdenciários, no centro (rua Antonio de Godoy, 88, 2º andar, Santa Efigênia), para decidir o que fazer sobre o fato.

De São Paulo,
Vanessa Silva e Deborah Moreira