Assembleia de MG presta homenagem aos 90 anos do PCdoB
O Partido Comunista do Brasil (PCdoB), a mais antiga agremiação partidária do País, foi homenageado na noite desta quinta-feira (12), com uma Reunião Especial na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, pela passagem dos seus 90 anos de existência, completados no último dia 25 de março.
Publicado 13/04/2012 15:15 | Editado 04/03/2020 16:49

Meninas de Sinhá se apresentam na sessão de homenagem do PCdoB
A iniciativa da comemoração partiu dos dois deputados comunistas com assento na Casa, Carlin Moura e Celinho do Sinttrocel, que participaram da cerimônia ao lado da deputada federal Jô Moraes, da vereadora Maria Lúcia Scarpeli e do secretário nacional de Organização do partido, Walter Sorrentino, entre outras lideranças partidárias, sindicais e estudantis.
Ao saudar os dirigentes e militantes partidários que lotaram o Plenário, o presidente da Casa, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), lembrou a trajetória do PCdoB, “herdeiro de uma longa tradição de lutas, que remonta ao surgimento do movimento operário no País, com seu ímpeto insurgente e seus ideais libertários, nas primeiras décadas do século 20”.
O parlamentar discorreu sobre as principais etapas percorridas pelo PCdoB em nove décadas, desde a sua fundação, em 1922, até os dias atuais, alternando períodos de legalidade com outros de clandestinidade. O engajamento em campanhas históricas, como “O Petróleo é Nosso”, na década de 30; a resistência à ditadura militar, com a opção pela luta armada na guerrilha do Araguaia, nos anos 70, quando vários militantes foram mortos; e o despontar de importantes líderes comunistas, como João Amazonas e Pedro Pomar, foram alguns dos episódios lembrados. O deputado mencionou também a histórica cisão entre os comunistas, nos anos 60, “fruto de discordâncias ideológicas e de estratégia política, da qual emergiria o atual PCdoB”.
Convidados
Depois de discursar, o presidente da ALMG, ao lado dos deputados Carlin Moura e Celinho do Sinttrocel e da deputada federal Jô Moraes, entregou ao secretário nacional do PCdoB, Walter Sorrentino, uma placa alusiva à comemoração.
Em seguida, o deputado Carlin Moura assumiu a condução dos trabalhos, quando agradeceu ao presidente da Assembleia pela homenagem e pela forma como vem conduzindo o Parlamento mineiro. Elogiou, particularmente, a coragem do presidente em criar a Comissão Especial da Dívida Pública, lembrando que Minas foi o primeiro Estado brasileiro a levantar a bandeira da repactuação , “contra um modelo de financiamento do Estado que se mostrou falido”.
Trajetória
Com 90 anos, partido viveu 61 na clandestinidade
O dirigente partidário acrescentou que dos seus 90 anos, o PCdoB viveu 61 na clandestinidade, sofrendo todo tipo de perseguição. “Nessas condições, disse, só prosperam os que têm convicções firmes e ideias próprias. É daí que nasce a nossa força”, resumiu, lembrando que o partido, hoje, conta, em todo o País, com 350 mil filiados.
Antes de encerrar a solenidade, quando, mais uma vez, agradeceu à Assembleia Legislativa e, em particular, ao presidente Dinis Pinheiro, o deputado Carlin Moura cedeu espaço para duas homenagens: à primeira vereadora do Partido, a mineira Lucília Rosa, de Uberaba, que na década de 30 abriu caminho para o movimento feminista em Minas Gerais, segundo explicou o professor e autor de sua biografia, Luiz Alberto Molinar, convidado a falar sobre a parlamentar.
A segunda homenagem foi prestada pela deputada Jô Moraes emmemória dos mortos na Guerrilha do Araguaia. Jô leu o poema “Canto de Amor aos Guerrilheiros do Araguaia” e entregou o diploma “João Amazonas” à Fátima, irmã de Paulinho, um dos militantes mortos na guerrilha.
Fonte: Assembleia de Minas Gerais