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Imprensa e oposição externa incitam protestos na Síria

Depois de entrar em vigor o cessar-fogo na Síria, setores da imprensa e líderes da oposição externa apressam-se em incitar protestos, com a intenção de criar instabilidade no país.

Frente à ofensiva midiática e pressões nesse sentido, o Ministério do Interior sírio advertiu nesta sexta-feira (13) em um comunicado divulgado pela imprensa nacional que toda demonstração pública deve ser previamente autorizada.

Na nota, o ministério enfatiza que a manifestação pacífica é uma liberdade garantida pela lei, por isso chama os cidadãos a acatar a norma que regula esse direito e a não sair em protestos sem obter a autorização devida das autoridades por razões de segurança e a fim de exercer esse direito de maneira civilizada.

Entre os seis pontos do plano do enviado especial da ONU, figura uma demanda ao governo sírio de que permita a liberdade de associação e os protestos antigovernamentais.

Amparados por esse ponto, os opositores convocaram nesta sexta-feira protestos e manifestações, sob o lema "Revolução para todos os sírios", segundo mostra sua página no Facebook "Syrian Revolution 2011".

O sírio-francês Burhan Ghaliun, instalado pela França à frente do hoje dividido Conselho Nacional Sírio, também conhecido como Conselho de Istambul, convocou as demonstrações dizendo que é um ponto essencial do plano de Annan.

Tais incitações estão apoiadas por uma intensa campanha midiática propalada fundamentalmente em idioma árabe pelos canais Al-Jazeera, Al-Arabiya e pela agência BBC Árabe.

Em conversa com a agência cubana de notícias Prensa Latina, uma fonte oficial que optou pelo anonimato advertiu que esses protestos podem ser aproveitados por elementos armados que ainda se escondem na Síria e escudados na multidão poderiam disparar contra civis e forças públicas, e desatar assim uma provocação para alterar a ordem.

Isso já ocorreu – recordou – no início das manifestações no ano passado, o que conduziu a revoltas violentas em Daraa e Hama principalmente, antes dos grupos armados se instalarem em Homs e nas outras duas províncias.

De acordo com as intenções dos meios de comunicação e da oposição no exterior, Kofi Annan os exortou a não provocar manifestações e protestos a fim de poder criar um clima apropriado para iniciar o diálogo político com as autoridades de Damasco.

O representante da Rússia na ONU, Vitaly Tchurkin, alertou que os chamados por algumas partes aos protestos aumentam a probabilidade "de inflamar a situação e evitar o que se pode avançar com o uso de condições não violentas".

"A possibilidade de provocações está presente nas manifestações, então em vez de convocar protestos, a oposição deve assumir uma atitude favorável ao diálogo político, não só com a delegação russa, mas também com as outras que enfatizam a necessidade de avançar neste processo", assinalou Tchurkin.

Na opinião de Annan, a chegada em breve de observadores da ONU "nos permitirá atuar rapidamente para iniciar um diálogo político sério".

Nesta sexta-feira o Conselho de Segurança da ONU deve decidir sobre o envio de um contingente de observadores à Síria e, embora não se anunciou aqui oficialmente, meios estrangeiros mencionam que o major general norueguês Robert Mood viajará a Damasco nas próximas horas para preparar a chegada dessa missão.

Mood, que esteve à frente de contingentes da ONU em Jerusalém (2009-2011), e anteriormente no Sul do Líbano e no Kosovo, foi escolhido para encabeçar os Capacetes Azuis que seriam instalados na Síria. Por seus serviços na cidade sagrada, no sul libanês e na ex-República Iugoslava, a Otan o condecorou.

Fonte: Prensa Latina