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Pesquisa transforma sacolinha plástica em fibra de carbono

Os supermercados de São Paulo deixaram neste mês de abril de distribuir gratuitamente as sacolas plásticas, ação semelhante a que está sendo tomada em países europeus. O principal motivo está no impacto que elas causam ao meio ambiente e por não serem recicladas adequadamente. Pensando nisso, pesquisadores estadunidenses desenvolveram um processo que transforma as sacolinhas em algo mais valioso: fibras de carbono.

As sacolas plásticas seriam utilizadas por conter polietileno, material que está sendo estudado para a fabricação da fibra de carbono, que está entre os materiais de maior tecnologia atualmente. Elas estão presentes em carros de corrida, equipamentos esportivos, aviões e sondas espaciais.

Segundo o pesquisador Amit Naskar, envolvido no estudo, o processo de reciclagem não apenas possibilita a transformação para fibras de carbono, como também torna possível ajustar o produto final em aplicações específicas.

“Acreditamos que nossos resultados trarão para a indústria uma técnica flexível para fabricar fibras tecnologicamente inovadoras em inúmeras configurações, de aglomerados de fibras a não-tecidos de fibra de carbono”, explicou Naskar.

Ao falar sobre as aplicações possíveis do material reciclado, o pesquisador é bem direto. “As possibilidades são virtualmente ilimitadas”, afirmou.

Transformação

Para o novo processo é utilizado uma técnica chamada de “sulfonação”, na qual é mergulhado o aglomerado de fibras em um ácido que contém um banho químico, onde reage e forma uma fibra negra que não irá se fundir novamente. “A técnica transforma as fibras de plástico em uma forma não fundível”, explicou Naskar.

O resultado final pode ter um contorno superficial e um diâmetro de cada filamento ajustado com precisão no momento do processo de fabricação. A exatidão desta manipulação pode alcançar a escala dos nanômetros (subunidade do metro).

O processo de patente pendente lhes permite ajustar a porosidade, tornando o material potencialmente útil para a catálise de filtração e a captação de energia eletroquímica.

Os pesquisadores também observaram que a descoberta representa um sucesso para o DOE (Departamento de Energia), que busca avanços em materiais leves que possam ajudar as montadoras de carros norte-americanas na criação de um design capaz de atingir mais milhas por galão, sem comprometer a segurança ou o conforto. E a matéria-prima, que pode vir a partir de sacos de plástico e restos de tapete de apoio e salvamento, é abundante e barata.

Fonte: Envolverde