Israel prende 10 palestinos após libertar ativista

Israel prendeu nesta quarta-feira (18) dez palestinos na Cisjordânia, horas após libertar um preso que esteve 66 dias em greve de fome e de negar demandas da liderança palestina para retomar as negociações de paz.

Forças militares de ocupação realizaram uma operação na última madrugada na aldeia de Burin, no sul da cidade de Naplusa, onde revistaram moradias e capturaram 10 jovens sob o pretexto de se oporem aos assentamentos e aos colonos judeus nessa área.

O responsável pelo tema dos assentamentos israelenses no norte da Faixa Ocidental, Ghassan Daghlas, informou em um comunicado que os detidos foram levados a um lugar desconhecido para serem interrogados.

Uma porta-voz do Exército sionista assegurou que outros três palestinos foram presos com nas aldeias de Budrus, no distrito de Ramalah, e nas de Beit Ula e Al-Fuwwar, em Hebron.

As detenções foram antecedidas pela libertação na terça-feira pela noite de Khader Adnan, um membro do movimento Jihad (guerra santa) Islâmica que Israel se comprometeu libertar após seu protesto de 66 dias sem ingerir alimentos.

Adnan esteve junto com outros 320 palestinos no que Israel chama "detenção administrativa", que implica na prisão por tempo indeterminado sem acusações nem julgamento, que levou-o a realizar um jejum que inspirou a ativista Hana Shalabi a fazer o mesmo durante 43 dias.

Shalabi conseguiu que as autoridades de Telavive a libertassem e deportassem a Gaza, vetando seu regresso a sua cidade natal na Cisjordânia por pelo menos três anos, mas também serviu de exemplo aos mais de 1.200 prisioneiros palestinos que iniciaram ontem uma greve de fome.

Além desse protesto indeterminado como parte da chamada "batalha dos estômagos vazios", que coincidiu com a comemoração do Dia dos Prisioneiros Palestinos, outros mil se abstiveram na terça-feira de comer seus alimentos do dia, segundo o serviço de prisões israelense.

Enquanto isso, o chanceler de Israel, Avigdor Lieberman, deu um golpe no novo esforço da Autoridade Nacional Palestina (ANP) de retomar as conversas sobre a base do fim da colonização judia nos territórios ocupados e no reconhecimento das fronteiras de 1967.

Segundo o jornal The Jerusalem Post, Lieberman criticou do Chipre as condições colocadas pelo presidente da ANP, Mahmoud Abbas, para dialogar com o premiê Benjamin Netanyahu, cujo governo poderia autorizar três novos assentamentos na Cisjordânia.

Fonte: Prensa Latina