Governo paulista desestimula professor na rede pública de ensino
Falta de professor nas escolas da rede paulista de ensino chega a 32% na Capital, significa que de cada três escolas em uma falta professor.
Publicado 25/04/2012 18:57 | Editado 04/03/2020 17:17
Levantamento realizado pelo jornal Folha de S.Paulo e publicado nesta quarta-feira, dia 25 de abril, aponta que falta professor em 32% das escolas estaduais da Capital. A professora Valéria Leão, dirigente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), disse que essa situação não é novidade e é resultado de uma política de desvalorização sistemática do professor executada pelas gestões do PSDB no Estado.
Segundo ela, a falta de professor nas escolas só tem aumentado nos últimos cinco anos. “Dos 217 mil professores da rede estadual de ensino público cerca de 43% são contratados. E desde 2007 esse contrato se dá em péssimas condições e com retiradas de direitos. Devido a isso muitos profissionais desistem de dar aula em escolas públicas”, explicou. Valéria citou ainda o aumento dos problemas de saúde dos profissionais, incluindo muitos casos de depressão.
“Se um professor que fica 24 horas semanais em sala de aula ganha em média 1.200 a 1.300 reais, para viver melhor ele precisa fazer mais de 48 horas trabalhando no Estado, no município, escola particular”, complementou. Valéria reafirmou a necessidade de realização dos concursos públicos e denunciou o descumprimento por parte do governo do Estado da lei federal 11.738/2008 que determina que 1/3 das aulas devam ser dedicadas a atividades extra-classe. “Só haverá valorização do professor se acontecerem melhorias nas condições de trabalho e também no processo ensino-aprendizagem do aluno”, defendeu.
A União Paulista de Estudantes Secundaristas (Upes) engrossa a frente das entidades de educação que questionam as condições do ensino público paulista. Nicoly Mendes, presidente da Upes, afirmou que o ensino médio no Estado é o mais prejudicado pela falta de professores. “Sem aulas, saem mais cedo da escola, não tem conteúdo e daí ficam despreparados para prestar o vestibular. Mais tarde tem que pagar cursinho para poder entrar na faculdade. Para melhorar essas condições estamos ao lado dos profissionais da educação para que eles sejam mais valorizados e a educação pública possa ter mais qualidade”, declarou Nicoly.
Da redação, Railídia Carvalho