Morte de trabalhadores rurais duplica no país

Nos quatro primeiros meses deste ano, o número de mortes de trabalhadores rurais aumentou 50%. Em 2011, oito camponeses morreram no período de janeiro a abril. Já neste ano, 12 trabalhadores perderam a vida por conflitos rurais. O número de pessoas ameaçadas de morte mais que dobrou. No ano passado, 172 pessoas estavam na lista de "marcadas para morrer"; em 2010 eram 83.

Os dados são da Comissão Pastoral da Terra (CPT). As mortes ocorreram em seis estados do Brasil. Em entrevista ao IG, Isolete Wichinieski, da coordenação nacional da Comissão, afirmou que a violência se dá por conta da pressão da fronteira agrícola e de ameaças em disputa pela terra. Segundo ela, trabalhadores são mortos por denunciarem o trabalho de madeireiras.

Os dados da Pastoral mostram que o número de pessoas vivendo sob ameaça de pistoleiros cresceu 18% no ano passado, chegando a mais de 45 mil. O aumento das mortes pode ser a expressão direta do aumento dessas ameaças. Normalmente, os assassinatos são cometidos por jagunços a mando de fazendeiros.

Mortes

No país, entre 2001 e 2011, a violência no campo deixou um saldo trágico de 405 vítimas fatais. A CPT espera ampliar a segurança aos ameaçados de morte. Essa será uma das reivindicações da entidade que, em maio, concluirá o relatório anual de conflitos no campo.

Embora a Secretaria Nacional de Direitos Humanos tenha anunciado, ano passado, que quintuplicou a lista de protegidos na área rural, saltando de 30 para 165 pessoas, dados do relatório anual de conflitos no campo da CPT revelam que 29 lideranças locais, entre sem-terras e indígenas, foram mortos em 2011. Este ano, em apenas uma semana, houve cinco registros de morte.

Com informações da Rádio Agência NP e de O Globo