Morte de trabalhadores rurais duplica no país
Nos quatro primeiros meses deste ano, o número de mortes de trabalhadores rurais aumentou 50%. Em 2011, oito camponeses morreram no período de janeiro a abril. Já neste ano, 12 trabalhadores perderam a vida por conflitos rurais. O número de pessoas ameaçadas de morte mais que dobrou. No ano passado, 172 pessoas estavam na lista de "marcadas para morrer"; em 2010 eram 83.
Publicado 26/04/2012 11:21
Os dados são da Comissão Pastoral da Terra (CPT). As mortes ocorreram em seis estados do Brasil. Em entrevista ao IG, Isolete Wichinieski, da coordenação nacional da Comissão, afirmou que a violência se dá por conta da pressão da fronteira agrícola e de ameaças em disputa pela terra. Segundo ela, trabalhadores são mortos por denunciarem o trabalho de madeireiras.
Os dados da Pastoral mostram que o número de pessoas vivendo sob ameaça de pistoleiros cresceu 18% no ano passado, chegando a mais de 45 mil. O aumento das mortes pode ser a expressão direta do aumento dessas ameaças. Normalmente, os assassinatos são cometidos por jagunços a mando de fazendeiros.
Mortes
No país, entre 2001 e 2011, a violência no campo deixou um saldo trágico de 405 vítimas fatais. A CPT espera ampliar a segurança aos ameaçados de morte. Essa será uma das reivindicações da entidade que, em maio, concluirá o relatório anual de conflitos no campo.
Embora a Secretaria Nacional de Direitos Humanos tenha anunciado, ano passado, que quintuplicou a lista de protegidos na área rural, saltando de 30 para 165 pessoas, dados do relatório anual de conflitos no campo da CPT revelam que 29 lideranças locais, entre sem-terras e indígenas, foram mortos em 2011. Este ano, em apenas uma semana, houve cinco registros de morte.
Com informações da Rádio Agência NP e de O Globo