Primeiro de Maio é alvo de batalha eleitoral na França
O candidato do Partido Socialista, François Hollande, acusou nesta quinta-feira (26) o presidente da França, Nicolas Sarkozy, seu rival eleitoral, de tentar sequestrar para fins políticos as tradicionais celebrações do Dia do Trabalho.
Publicado 26/04/2012 10:52
Hollande é favorito para derrotar Sarkozy no segundo turno da eleição presidencial francesa, em 6 de maio. Ele criticou o adversário por convocar um comício perto da Torre Eiffel, no dia 1º de maio, concorrendo com o tradicional evento dos sindicatos.
"Lamento que Nicolas Sarkozy tenha explorado isso para ir em busca de conflito", disse Hollande à rádio France Info.
"O 1º de maio é uma celebração do trabalhador, decidida no mundo todo pelos sindicados, e considero que não cabe aos políticos interferir, mesmo durante uma campanha eleitoral."
Dia de Joana D´Arc.
Além do comício de Sarkozy e do evento sindical, uma terceira manifestação está programada – o "Dia de Joana D'Arc" – promovida anualmente pelo partido direitista Frente Nacional, de Marine Le Pen, que obteve cerca de 18% dos votos e ficou em terceiro lugar no primeiro turno. Ela deve anunciar nesse evento sua posição para o segundo turno.
Sarkozy, tenta herdar os votos de Le Pen e para isso vem defendendo o endurecimento de políticas contra os imigrantes.
Apoio entre operários
Uma pesquisa Ifop mostrou que Le Pen superou ligeiramente Hollande entre operários no primeiro turno, e teve ampla vantagem entre trabalhadores manuais. Ambos tiveram mais votos do proletariado do que Sarkozy.
A maior central sindical francesa, a CGT, onde atuam os comunistas, orientou seus filiados a votarem contra Sarkozy, deixando de lado sua tradicional postura de evitar posicionamentos políticos explícitos.
Em artigo de capa, o jornal comunista L'Humanité comparou Sarkozy ao marechal Philippe Pétain, que governou a França num governo de colaboração com os nazistas.
Fonte: UOL