Netinho defende renovação no cenário político paulistano

Em entrevistas ao Portal Terra e à TV Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo, realizadas em abril, Netinho falou das prioridades para uma futura gestão como prefeito e defendeu a renovação no cenário político paulistano.

Netinho - Claudio Belli/ Valor

O vereador Netinho de Paula se orgulha de ser o negro mais votado na história das eleições no Brasil e na América Latina. Os quase oito milhões de votos recebidos para o Senado em 2010, sendo mais de dois milhões na cidade de São Paulo, o credenciaram como um nome forte do PCdoB à prefeitura da capital paulista.

Saúde, Transporte, Educação foram alguns dos temas tratados pelo vereador que está convencido que o problema não está no orçamento. “Falta investir nas prioridades. Temos 38, 39 bilhões de reais de orçamento para a cidade, que é a sexta recebendo investimento do mundo todo. Eu quero tratar de gente. Cuidar das pessoas que ajudaram a construir esta cidade”, declarou Netinho.

Ele citou pesquisa que aponta que 56% das pessoas que vivem aqui gostariam de se mudar, se tivessem oportunidade. “Há um desamor por São Paulo, que é fruto de uma política desalmada”, lembrou.

Netinho lembrou do tempo excessivo que o paulistano fica parado no trânsito. “É de 30 a 35 dias por ano somando todo o tempo que a pessoa fica no trânsito. É este mesmo cidadão que tem seus filhos na escola pública e não recebe uniforme escolar e presencia a polícia batendo em dependentes na Cracolândia, que deveriam receber tratamento. Se precisa de uma consulta médica ela leva seis meses para acontecer”, exemplificou. Ele complementou que é preciso pensar a cidade em longo prazo. “Precisamos mexer no transporte da cidade, tirar caminhões e carros do centro. Ter transporte público de qualidade”, ressaltou.

PCdoB referência na gestão do esporte brasileiro

“Eu acho que o avanço da democracia é você poder criticar quando há falhas e contribuir em um assunto em que você é referência”, apontou Netinho, referindo-se à participação do PCdoB na Secretaria Especial da Copa do Mundo em São Paulo. Para ele seria um ato de irresponsabilidade não participar. “Participamos de maneira pontual e temos total liberdade para fazer as críticas que sempre fizemos. Da mesma forma como fazemos quando há falhas no governo federal”, esclareceu Netinho.

De São Paulo, Railídia Carvalho