Acordo fortalece a direita em Israel
Jogada política do primeiro ministro fortalece a direita leva a aliança com o Kadima e dá quase 80% de apoio ao governo no Parlamento
Publicado 09/05/2012 17:46

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, alcançou ontem (8) um acordo que lhe garante a maior base de apoio da história do Parlamento do país. Líder do direitista Likud, Netanyahu conquistou o apoio do centro-direitista Kadima, que era a principal força de oposição. O acordo dá ao governo sionista o apoio de quase 80% do Parlamento (94 de 120 cadeiras).
O acordo foi anunciado naquele que seria o primeiro dia de debates sobre a proposta de antecipação das eleições anunciada recentemente por Netanyahu. Viu-se, contudo, que o aquele anúncio não passou de uma jogada política de Netanyahu para pressionar o Kadima que, na eleição, poderia perder metade de seus deputados.
Com a adesão do Kadima, o governo desistiu de antecipar as eleições, que ocorreriam em setembro deste ano, e agora ficaram para 2013. Até lá, a ampla maioria parlamentar deve facilitar os planos de Netanyahu, que rosna contra o Irã e promove uma política de aumento de assentamentos e repressão dos palestinos nos territórios ocupados.
A líder do Partido Trabalhista, Shely Yajimovich, que agora passa a liderar a oposição, classificou o acordo como uma "aliança de covardes e o ziguezague mais ridículo da história política de Israel".
O Kadima tinha perspectivas de sofrer uma queda nas eleições antecipadas (passando de 28 a 13 ou 11 deputados), enquanto o Trabalhismo teria subido de 13 a 17 ou 18 cadeiras e o Atzmaut, de Ehud Barak, ficaria fora do Parlamento, segundo pesquisas recentes.
A coalização governista passa a ser formada, além de Likud e Kadima, pelos ultradireitistas Yisrael Beiteinu (ultranacionalista), Shas (ultra-ortodoxos sefarditas) e outros partidos menores religiosos e de extrema direita, assim como o Atzmaut.
Com informações de Carta Maior