Equador: jornalistas apoiam lei de comunicação e criticam patrões

De acordo com um estudo realizado com cerca de 500 jornalistas de Guayaquil e Quito, os proprietários dos meios de comunicação do país usam o discurso da ameaça do governo contra a liberdade de expressão para defender seus interesses particulares.

O trabalho foi realizado pela empresa Opinión Ecuador de 10 a 15 de março em Quito, e de 13 a 17 de março em Guayaquil. Todos os consultados trabalham em grandes meios de comunicação.

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A divulgação do estudo gerou a reação furiosa de alguns veículos como o jornal El Comercio, que interpretou a pesquisa como um ataque à imprensa.

Para 65% dos consultados em Quito, e 47% em Guayaquil, os meios usam o discurso da ameaça do governo para defender seus interesses particulares. No entanto, 28% dos consultados em Quito, e 36% em Guayaquil discordaram.

Para 52% dos jornalistas em Quito e 46% em Guayaquil, a nova Lei de Comunicação – que deve ser votada na Assembleia, beneficia os jornalistas. No entanto, 85% em Guayaquil e 55% em Quito indicaram que não leram de forma completa o texto da lei.

Em Guayaquil, 81% dos jornalistas disseram que ao existe sindicato no veículo em que trabalha. Em Quito, 78% dos trabalhadores deram a mesma resposta.

Histórico

Em 2007, poucos dias após a eleição do presidente Rafael Correa, Guadalupe Mantilla, proprietária do jornal El Comercio, ameaçou os jornalistas que mostrassem alguma simpatia pelo novo governo. “Todos vocês têm trabalho aqui, firme e seguro, mas se fizerem política dentro da empresa, então vos direi: reagirei ainda que seja do túmulo. Se vocês querem ser socialistas do século 21, façam-no, mas estão prevenidos, vão fazê-lo em casa”, disse a tempo de os advertir que o novo regime era uma ditadura.

Com Andes
Tradução: da Redação do Vermelho