Para Vacarrezza,Gurgel deve explicações sobre investigações da PF

O deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP) fez duras críticas na noite desta quarta-feira (9) ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel – que desde 2009 tinha conhecimento de uma operação da Polícia Federal de combate aos jogos de azar, que já continham informações sobre a ligação de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com parlamentares.

"Não pega bem e mostra um certo desequilíbrio [do procurador] (…) Pegaria bem se ele explicasse. Se fosse um pouquinho mais humilde, menos arrogante e explicasse. Não são os membros do PT. São membros de todos os partidos que se manifestaram criticando o fato de o procurador não ter denunciado há três anos uma situação que ele tinha conhecimento pleno”, afirmou o deputado, integrante da comissão parlamentar de inquérito.

Mais cedo, Gurgel disse no STF (Supremo Tribunal Federal) que as pessoas que o chamam para depor na comissão estão mais preocupadas com as denúncias contra elas mesmas do que com “os fatos de desvio de recursos e corrupção”.

Vaccarezza defendeu ainda que uma nota oficial do procurador não seria o suficiente para explicar o porquê dele ter demorado três anos para denunciar os fatos da Operação Vegas ao Supremo Tribunal Federal.

Operação Vegas

Após depoimento nesta terça (8) do delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Marques Souza à CPI do Cachoeira, membros da comissão anunciaram a intenção de convocar o procurador-geral para depor à comissão.

Ao responder perguntas dos parlamentares em sessão secreta da CPI, o delegado disse – segundo relato de integrantes da comissão – que o inquérito da Operação Vegas foi entregue em 15 de setembro de 2009 sem que o procurador tivesse tomado providências. A Operação Vegas, conduzida pelo delegado, antecedeu a Operação Monte Carlo, que resultou, em fevereiro deste ano, na prisão de Cachoeira, apontado como chefe de um esquema de jogo ilegal em Goiás.

Inquérito

Membros da CPI questionaram o motivo pelo qual Gurgel não pediu, em 2009, a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal para investigar políticos que teriam ligações com Cachoeira.

"Se eu formar uma concepção de que ele [Gurgel] prevaricou, nós vamos denunciá-lo no Conselho Nacional do Ministério Público. Não precisa vir para a CPI”, afirmou o deputado.

Informações das agências