Socialismo: João Ananias destaca vitória de François Hollande

 

João Ananias destacou, na Tribuna da Câmara, a histórica vitória do socialista François Hollande para presidência da França. Ele acrescentou ainda que espera que a vitória de Hollande represente um não a política “vinho com cerveja da França e Alemanha. “Como militante do PCdoB manifesto minha esperança que isso venha representar, respeitando as diferenças, ares de nova Bastilha que vai cair”.

Durante sua fala, João Ananias ressaltou importantes fatos políticos que repercutem até hoje em todo o mundo como a Revolução Francesa, a queda da Bastilha. O Parlamentar lembrou também que a crise sistêmica do capitalismo impôs um receituário amargo ao mundo contemporâneo. “Na Europa, as conquistas dos trabalhadores, após longas e penosas batalhas, estão sofrendo duros retrocessos, desmontando um século de Estado de Bem Estar Social, do qual por muito tempo se ufanaram os europeus”, observou.

Discurso na íntegra

Não poderia deixar de me pronunciar aqui da Tribuna da Câmara Federal, diante da histórica vitória do socialista François Hollande, para Presidência da França. Um povo, que no século 18 fez a Revolução Francesa, marco mundial, com repercussão até os dias de hoje na história da humanidade.

A queda da Bastilha, representando o fim do absolutismo, rompe definitivamente com o autoritarismo, propondo ao mundo a Liberdade, Igualdade e Fraternidade, como novas palavras de ordem a nortearem a França, repercutindo imediatamente em muitas outras Nações.

A crise sistêmica do capitalismo impôs um receituário extremamente amargo ao mundo contemporâneo. Na Europa, as conquistas dos trabalhadores, após longas e penosas batalhas, estão sofrendo duros retrocessos, desmontando um século de "Estado de Bem Estar Social", do qual por muito tempo se ufanaram os europeus. Tomemos como exemplo a Grécia, berço da democracia, sítio pródigo em sabedoria emanada de seus famosos filósofos, vive a mais profunda crise de sua história, não vivenciadas no período das conturbadas Guerras Helênicas.

Podemos citar muitos outros países, como Itália, Irlanda, Espanha, Portugal, que viveram até os tempos atuais, uma certa estabilidade econômica que hoje faz parte do passado. Não poderíamos deixar de fora a Meca do capitalismo "moderno", nação mais rica do mundo, os Estados Unidos da América, que desde 2008, vem amargando o mesmo veneno que fez tanta gente beber.

A estratégia da "guerra permanente" agravou, pelo menos para muitos aliados, a suas debilidades econômicas. Destroçaram a velha Mesopotâmia, deixando um legado de miséria e divisões internas.

O Afeganistão foi destruído sem que uma solução tenha sido encontrada. Bilhões e bilhões de dólares foram gastos, nessa escalada bélica posta em prática pelos americanos, com o aval da Otan, sobrando uma profunda e duradoura exacerbação da crise do capital.

Quem vai pagar essa onerosa conta? Os ricos, que lucraram sempre? Claro que não. Estão repassando, como fazem sempre, aos trabalhadores do setor privado e funcionários públicos. O inoperante FMI apresentou como proposta para minorar a crise da Espanha a demissão de funcionários, aumento de jornada de trabalho, perda de direitos previdenciários, além do surrado jargão do corte de gastos públicos.

Tomara que as recentes eleições na França, com a vitória do François Hollande, represente um NÃO a política "vinho com cerveja", da França e Alemanha. Impondo receitas amargas ao povo para que os ricos e poderosos possam dominar. Como militante do PC do B, manifesto minha esperança que isso venha a representar, respeitando as diferenças, ares de nova Bastilha que vai cair.

Fonte: Deputado Federal João Ananias – PCdoB/CE.