Alexis Tsipras: o povo grego não pode mais ser chantageado

O líder da esquerda rejeitou formar uma coalizão com os responsáveis pela catástrofe grega e os partidos já se preparam para novas eleições, que devem ser marcadas para junho

Alexis Tsipras

"Os partidos da coalizão governaram a Grécia nos últimos dois anos e ainda continuam chantageando o povo, mas os gregos não podem ser chantageados", afirmou hoje (13) Alexis Tsipras, o líder da frente de esquerda Syriza, principal vencedora das eleições realizadas na semana passada, ao rejeitar a proposta de formação de um governo de união nacional com as forças políticas tradicionais do país.

Tsipras descarta a possibilidade de se aliar ao social-democrata Pasok e ao conservador Nova Democracia, legendas que apoiam as medidas de austeridade fiscal impostas pela chamada Troika (União Europeia, Banco Central Europeu e FMI) para reduzir o déficit público do país.

O líder esquerdista justificou dizendo que não será cúmplice do "crime" destes partidos, que se comprometeram em cortar gastos do governo, demitir funcionários públicos, reduzir salários e aposentadorias e flexibilizar direitos trabalhistas, dentre outras medidas que tem aumentado a pobreza e o desemprego no país.

A Syriza surpreendeu ao ser a segunda mais votada no pleito, com apenas 2% de desvantagem para a tradicional, e conservadora, Nova Democracia , tornando-se peça fundamental para a composição do gabinete grego.

O presidente grego Karolos Papoulias continuará hoje a rodada de contatos em reuniões individuais com os dirigentes dos outros quatro partidos parlamentares: o direitista Gregos Independentes, o Partido Comunista, o neonazista Amanhecer Dourado e a centro-esquerda Dimar. Mas as chances de se chegar a um acordo são pequenas e as novas eleições, em junho, aparecem com força no horizonte.

Com agências