Inácio Arruda: A luta contra os juros altos

Por *Inácio Arruda

Na última reunião do Conselho Político, a presidente Dilma Rousseff nos informou sobre as novas medidas para proteger a economia brasileira da crise econômica internacional, fortalecer a indústria, preservar empregos e dar maior competitividade aos nossos produtos. Ela já havia determinado que a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil baixassem os juros e os custos bancários, para forçar os bancos privados a também reduzirem suas taxas. As mudanças agora adotadas na caderneta de poupança favorecem a continuidade da queda dos mega juros.

De forma simples e engenhosa, o governo manteve as regras para os depósitos efetuados até o dia 3 de maio: o que já estava na caderneta, continuará rendendo como antes. As mudanças só afetarão os novos depósitos, mas estão garantidos para eles rendimentos vantajosos e seguros.

Os mecanismos do nosso sistema financeiro fazem com que a dívida federal pague a maior taxa de juros do mercado, proporcionando aos que especulam com os títulos do governo ganho estratosféricos, independente das condições econômicas internas e externas. Essa especulação impede que o País invista com mais vigor em obras estruturantes, em educação, ciência, tecnologia, saúde, segurança, transporte e nas políticas sociais, inclusive em recursos para enfrentar as situações emergenciais causadas por fenômenos naturais.

A situação muda com juros mais baixos. Poderão ser realizados os necessários investimentos na infraestrutura das cidades, atendendo às demandas do povo. A redução dos juros e das taxas bancárias também possibilita ao setor privado a expansão e modernização da indústria, agricultura, pesquisa, inovação, comércio.

O Brasil precisa crescer mais, distribuir melhor a riqueza, reduzir as desigualdades regionais, ter infraestrutura eficiente. As medidas adotadas abrem caminho, também, para a urgência de tratar a questão do câmbio como central para o desenvolvimento. É necessário envolver todos os setores, forjar uma convicção nacional para adotar um projeto nacional de desenvolvimento e inclusão social.

*Inácio Arruda é Senador (PCdoB)

Fonte: O Povo