Netinho fala que “sempre foi comunista” e aponta desafios para SP

O vereador Netinho de Paula (PCdoB) foi sabatinado pelo portal Terra e pela emissora de televisão SBT, nesta quarta-feira (16/5), sobre sua pré-candidatura a prefeito de São Paulo e suas propostas para a cidade.

Netinho - Claudio Belli/ Valor

Netinho falou sobre sua disposição de enfrentar as eleições, oxigenar o quadro político e posicionar o PCdoB como protagonista na cidade. "Temos que conversar com todos os partidos. Sou candidato e essa é uma oportunidade do PCdoB de ter uma candidatura competitiva na cidade de São Paulo”.

O pré-candidato falou sobre vários problemas que considera sensíveis à população. Um dos mais graves, em sua opinião, é a situação do transporte público. “Existem pessoas que moram na periferia da zona leste que demoram três, quatro horas de deslocamento todos os dias”, afirmou, ao defender mais investimento no transporte e o desenvolvimento regional, com prioridade para geração de empregos próximos a moradia.

Demonstrando grande sensibilidade social, o vereador, quando questionado sobre o bairro mais carente da cidade, apontou para a realidade de Engenheiro Marsilac, no extremo sul, onde indicadores de investimento são baixíssimos e as necessidades da população são muitas.

Sempre fui comunista

Netinho de Paula também tirou de letra os questionamentos que levantam dúvidas sobre a autenticidade de sua ideologia comunista, preconceito que tem sido recorrente em debates do tipo. “Todo pobre nasce comunista, querendo dividir alguma coisa e é nesse partido que aprendi as práticas que deram certo no mundo. Fiz sociologia, estudei e não concluí ainda. Ser comunista não é para qualquer um. Precisa ter coragem e atitude. Quero levar o que o rico tem para os pobres. Se é utópico, quero realizar. Comunista acredita em utopia”.

Racismo no Brasil

A existência de racismo no Brasil também foi alvo de debate. Para Netinho, o preconceito existe, tanto que ainda os negros são minoria nos espaços de poder. "O acesso do negro na Câmara é mínimo. Entre 55 vereadores temos dois ou três negros. A participação do negro da política é importante, mas não quero ser o candidato dos negros. Porém, não posso fugir da minha vida, da minha luta".

Mas o pré-candidato vê com otimismo os avanços que o país tem dado nos últimos anos, a partir da eleição de Lula e Dilma. "Hoje acho que o Brasil está preparado para ter um negro, mulher, índio, no poder ou em qualquer escala".

De São Paulo, Fernando Borgonovi