Chuva inibe manifestação contra Homofobia

Cerca de 500 pessoas, segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (DF), se reuniram dia 16 Praça dos Três Poderes para a 3ª Marcha Nacional contra a Homofobia. A chuva, que cai sobre Brasília desde quarta-feira, atrapalhou o início da manifestação, de manhã. Os organizadores esperavam cerca de 1,5 mil pessoas de todos os estados do país. Participaram representantes de partidos políticos, organizações não governamentais e entidades de classe.

Chuva inibe manifestação contra Homofobia

Uma bandeira com as cores do arco-íris, símbolo do movimento, foi estendida em frente ao Palácio do Planalto. Da praça, os manifestantes seguiram em uma breve caminhada até a frente do Congresso Nacional. Hoje comemora-se o Dia Internacional da Luta contra a Homofobia.
O objetivo da marcha, segundo o presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, é fazer avançar as discussões sobre o combate à homofobia. O grupo pede que o governo federal defina um orçamento para financiar o Plano de Promoção dos Direitos Humanos e Cidadania LGBT, para a elaboração e a aplicação de políticas públicas voltadas a gays, lésbicas, travestis e transexuais. Ele destaca o que chama de “tripé” do combate à discriminação: educação, criminalização e laicização (para impedir que posições religiosas se sobreponham aos assuntos de Estado). De acordo com Reis, o Planalto sinalizou que a previsão orçamentária para o plano poderá ser anunciada em três meses.

Para a representante do Comitê de Mulheres da Internacional de Serviços Públicos (ISP), federação que reúne sindicatos de todo o mundo, Erilza Galvão, "o objetivo inicial é fazer com que sejam internalizadas informações básicas, como o entendimento do conceito de orientação sexual e de identidade de gênero. Isso é educação. A partir daí partimos para debates sobre a criminalização. Se conseguirmos isso, já está de bom tamanho”.A Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil também prestou apoio ao movimento. O coordenador do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), Pedro Chequer, disse que a posição da ONU "está na vertente dos direitos humanos".
Os manifestantes também defenderam a aprovação do Projeto de Lei 122, que criminaliza a homofobia, de 2006. Se aprovada, a norma deverá ser conhecida como Lei Alexandre Ivo, em homenagem ao adolescente de 14 anos assassinado em 2010, em São Gonçalo (região metropolitana do Rio de Janeiro), vítima de homofobia.A lei, já aprovada na Câmara, tramita na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal. Falta ainda passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para que vá a votação no plenário da Casa. Ontem (15), o Senado promoveu uma audiência pública para debater o projeto.