Estudantes da USP promovem Café da Manhã de Gente Diferenciada

Reunidos em assembleia, na quinta-feira (17), às 18h, estudantes da Universidade de São Paulo (USP) fizeram um balanço das atividades e decidiram um calendário de mobilização para protestar contra os ‘julgamentos’ dos universitários presos durante as invasões da Tropa de Choque da Polícia Militar à reitoria e ao Crusp. Na terça-feira (22), quando alunos também foram intimados a depor, haverá um Café da Manhã de Gente Diferenciada em frente à Reitoria, a partir das 9h.

O protesto faz uma referência ao “chá da tarde” promovido pelo reitor João Grandino Rodas aos integrantes da juventude do PSDB, que integravam a chapa que ficou em segundo lugar nas eleições para o DCE da USP, a “Reação”.

“O reitor disse que estava recebendo os legítimos representantes dos estudantes. Aproveitamos a ideia e vamos realizar o café da manhã diferenciado em frente à reitoria. Todos estão convidados”, contou ao Vermelho o Felipe Faria, o Bêra, estudante do 4º ano de relações internacionais e integrante do Diretório Central dos Estudantes da USP, que representa de fato os universitários.

Na quarta-feira (16) os cinco primeiros depoimentos que estavam marcos não aconteceram. A Comissão de Sindicância da Procuradoria Disciplinar da USP cancelou em cima da hora.
Segundo estudantes intimados, foi enviado um email, de um endereço institucional, no final da tarde de terça-feira (15), assinado pelo presidente da Comissão de Sindicância.

“Apesar de ser um sinal positivo, de que a reitoria recuou por conta do ato, é preciso ficar atento para a nova data. Eles devem jogar isso para o mês de julho, época de férias”, explicou o estudante de Letras Fernando Pardal, 28 anos, que iria depor na quarta.

Para se certificar de que não seria uma manobra no sentido de adulterar os fatos, na conclusão do processo, uma viatura da Polícia Militar foi chamada pelos estudantes e advogados, que registraram em um boletim de ocorrência o comparecimento ao prédio na hora determinada.

Democracia

Para chamar a atenção sobre os acontecimentos dentro dos muros das universidades, os estudantes preparam uma campanha de Democratização nas Universidades Paulistas, que será lançada em um grande ato no dia 5 de junho. A iniciativa é do Fórum das Seis, que agrega entidades estudantis, de trabalhadores e professores das três universidades públicas no estado – além da USP, a Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), Universidade de Campinas (Unicamp).

“As nove entidades, não mais seis, estão se articulando para mobilizar a todos nessa grande campanha de democratização das universidades paulistas, que estão submetidas à política estadual do governo tucano de Geraldo Alckmin”, destacou Bêra, que avisa que “novas mobilizações estão por vir. Não vamos parar de denunciar essa reitoria e suas tentativas de impor decisões sem consultar a comunidade acadêmica no campus”.

O dia 5 de junho é o Dia Internacional do Meio Ambiente e foi escolhido, durante a assembleia de encerramento do Fórum Social Temático 2012, pelos movimentos sociais como uma data de grande mobilização em diversos países. No Brasil, a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) faz a convocação de uma grande mobilização no Rio de Janeiro, onde acontecerá a Cúpula dos Povos,atividade paralela à Conferência da ONU, a Rio+20.

Durante a assembleia, em Porto Alegre, foi definida a seguinte pauta de reivindicação: contra as Transnacionais; pela Justiça climática e pela soberania alimentar; contra a violência que sofre a mulher, e pela paz e contra a guerra, o colonialismo, as ocupações e a militarização de nossos territórios.

Deborah Moreira
Da redação