Banco Central Europeu rechaça rever pacto fiscal

Na contramão do que o povo tem escolhido inclusive nas urnas, o Banco Central Europeu voltou a se mostrar irredutível quanto à possibilidade de revisão do impopular pacto fiscal europeu. Em um discurso em Berlim realizado nesta segunda (21), o alemão Joerg Asmussen, membro do Conselho Executivo da instituição, afirmou que o acordo “não deve ser renegociado nem suavizado”, mas apenas complementado com medidas para incentivar o crescimento econômico dos países signatários.

"O pacto fiscal pode ser complementado com medidas para aumento do crescimento. Isso faz sentido como suplemento, mas o pacto não pode ser renegociado nem suavizado", disse Asmussen.

Asmussen, que também é filiado ao SPD (Partido Social-Democrata alemão), afirmou que as medidas fora do padrão estipuladas pelo grupo conhecido como Troika (BCE, Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional), adotadas para lutar contra a crise da dívida, são “de natureza temporária” e podem ser retiradas a qualquer momento se surgirem riscos à estabilidade de preços.

Existe uma crescente pressão na zona do euro, liderada pelo recém-eleito presidente francês François Hollande, para que se aja mais visando a estimular o crescimento e para que não se foque apenas em medidas de cortes de custos.

Asmussen afirmou que o debate sobre crescimento versus austeridade é o "debate errado". "Precisamos de ambos", disse ele em um discurso em Berlim, embora tenha destacado a necessidade de uma consolidação fiscal e de reformas.

Grécia

Joerg Asmussen disse que não há plano B para a Grécia: o Banco Central Europeu só está trabalhando o cenário da permanência do país no euro. Ele voltou a afirmar que a autoridade monetária tem uma “preferência” por uma moeda única para os 17 países da Zona do Euro, incluindo a Grécia.  

“Estou a trabalhar no plano A e não considero um plano B. Se outros estão a trabalhar com base num plano B, muito bem. Mas, como disse Mario Draghi (presidente do BCE), a nossa preferência é para que a Grécia fique no euro e é nisso que estamos a trabalhar”, declarou Asmussen.

Com agências