Jornais contratam segurança armada para coibir greve dos gráficos

Segurança particular armada de cacetetes e pistolas, adiantamento de turnos, cárcere privado e ameaças de demissão. É assim que os dois maiores jornais do Ceará – O Povo e Diário do Nordeste – estão tentando coibir a greve dos trabalhadores gráficos, deflagrada às 17h da última quinta-feira (17/05).

Segundo denúncias recebidas pela direção do Sindicato dos Gráficos do Ceará (Sintigrace), o jornal O Povo adiantou a entrada dos profissionais de impressão, e dos de intercalação. Os trabalhadores permanecem dentro do parque insdustrial (foto) da Companhia de Comunicação e Informação (CCI), em Maracanaú, com colchonetes, alimentação, TV e jogos.

“Alguns companheiros chegaram a relatar ameaça de demissão, por parte dos superiores, para aqueles que desejassem sair da empresa”, afirma Rogério Andrade, presidente do Sintigrace. “É quase inacreditavél que em um jornal, espaço onde a democracia deveria ser exemplo, os trabalhadores sejam tratados assim, como bicho, para que não possam exercer seu direito a livre manifestação", lamentou.

Denúncia ao Ministério Público do Trabalho

Representantes do Sindicato dos Gráficos estiveram nos dois maiores jornais de Fortaleza e registraram a nova segurança armada de pistolas, contratada pelo jornal O Povo, e de cacetetes, pelo Diário do Nordeste. No Diário, os chefes das equipes também estão armados, segundo o Sintigrace, para intimidar os trabalhadores. “Estas empresas alegam não ter dinheiro para dar uma cesta básica, mas gastam com a contratação de segurança particular para coibir o legítimo direito de manifestação”, comenta.

Os dois principais jornais do Ceará tomaram medidas que interferem na livre manifestação da categoria, já que os trabalhadores informaram, em comunicado ao sindicato patronal, o início da greve pela Convenção Coletiva de Trabalho 2012 para as 17h da quinta-feira. Os abusos serão denunciados ao Ministério Público do Trabalho (MPT).

Fonte: Sindjorce