Sem teto da Ceilândia e GDF podem chegar a acordo hoje
Integrantes do Governo do Distrito Federal (GDF) e do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) estiveram reunidos no fim da tarde desta segunda-feira (21/5). Ogoverno sugeriu a inscrição das famílias no programa habitacional da Sedhab, que já teve a inclusão encerrada, além de auxílio para quem não tiver para onde ir. Os sem teto ficaram de discutir a proposta hoje. Às 16h, haverá nova reunião na sede da Secretaria de Governo.
Publicado 22/05/2012 09:59 | Editado 04/03/2020 16:41
"O cadastro será reaberto para qualquer um que queira. As famílias do acampamento que moram de aluguel voltarão para suas casas e as que forem cadastradas receberão um benefício provisório até que possam organizar sua moradia", disse o secretário de Governo, Paulo Tadeu. Só será cadastrado quem estiver dentro dos critérios habitacionais. “Esperamos que a desmobilização seja pacífica e ocorra até sexta-feira”, completou.
As sugestões agradaram o único representante do MTST presente no encontro, o diretor nacional do movimento, Edson Francisco. “De todas, esta foi a melhor reunião. A proposta mudou dessa vez. Irão fazer o cadastro no programa habitacional e quem não tiver para onde ir será atendido pela Sedest”, disse. Segundo ele, a proposta expôs novos quesitos. “Antes, o cadastro não era para todas as famílias, havia uma série de problemas. Elas foram incluídas no Cadúnico, mas haverá outro cadastro. Antes, queriam pagar um auxílio-aluguel por apenas um mês, agora será por três meses”, acrescentou. Amanhã o grupo deve se reunir para avaliar a proposta.
Memória
O acampamento do MTST teve início em 21 de abril em uma área na QNQ 1, em Ceilândia. No último dia 3, mais de 200 integrantes do movimento tentaram invadir o Palácio do Buriti. Eles protestavam contra a decisão da Justiça, que determinava a reintegração de posse à Terracap no dia seguinte. Houve confronto. Na confusão, uma vidraça acabou quebrada e pelo menos três pessoas ficaram feridas. O GDF havia aceitado fazer o cadastro das famílias em programas habitacionais. No entanto, em reunião no dia 25 de abril, os sem-teto reivindicaram permissão para permanecer no local até o recebimento das casas, o que não foi aceito.
Na semana passada, os líderes do movimento participaram de uma tentativa de conciliação com o GDF, mediada pelo Tribunal de Justiça do DF e Territórios, e de uma reunião com representantes do governo. Ambas terminaram sem acordo. A Justiça havia determinado novo prazo para a desocupação da área até ontem, mas o grupo não obedeceu a determinação.