Alckmin chama trabalhadores do metrô de “grupelho radical”

Em mais uma declaração que demonstra autoritarismo e desrespeito ao legítimo direito de greve dos trabalhadores, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), chamou os metroviários que iniciaram uma paralisação nesta quarta-feira (23) de “grupelho radical”.

Em entrevista à TV Globo, o tucano acusou ainda os trabalhadores do metrô de “prejudicarem a cidade” por “motivação político-eleitoral”.

Questionado se faria uma nova proposta aos grevistas, Alckmin reforçou os números que já foram apresentados por sua gestão e ameaçou dizendo que agora o governo só fala com a Justiça do Trabalho.

Paralisações

Segundo último boletim do Metrô, a linha 1-azul está operando apenas no trecho entre as estações Ana Rosa e Luz; a linha 2-verde funciona entre as estações Ana Rosa e Clínicas; e a linha 3-vermelha opera entre as estações Bresser-Mooca e Santa Cecília. Estas linhas começaram a operar mais tarde e todas têm velocidade reduzida e maior intervalo de espera.

As linhas 5-lilás e 4-amarela (que é de concessionária privada) funcionam normalmente.

Também os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) estão parados na linha 11-coral (Luz/Estudantes) e na 12-safira (Brás/Calmon Viana), que ligam o centro a cidades da região metropolitana.

Nesta terça (22), o TRT expediu liminar à Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô-SP) que obriga a manutenção de 100% dos trabalhadores do sistema metroviário paulistano durante os horários de pico – das 5h às 9h, e das 17h às 20h – e de 85% do efetivo nos demais horários.

A decisão do TRT ainda proíbe a liberação de catracas, conforme sugerido pelo sindicato dos metroviários, em caso de não haver greve, e estabelece multa de R$ 100 mil diária à entidade em caso de descumprimento. A não liberação foi aceita pelo Metrô e pelo sindicato.

Reivindicações

Os metroviários querem 5,13% de reposição salarial e 14,99% de ganho real e criticavam o fato de as contratações não terem sido suficientes para atender o número maior de passageiros transportados. Com a operação da linha 4-amarela, o movimento de passageiros aumentou para 4,4 milhões de pessoas por dia.

No caso da CPTM, a empresa propôs 6,17% à categoria, mas o TRT sugeriu 7,05% — os funcionários pedem 10,83% (5,83% de reposição, mais 5% de aumento real).

A categoria também exige equiparação salarial, jornada de 36 horas semanais e adicional de risco de vida de 30%.

O Metrô propôs reposição de 4,67% e 0,50% de aumento real a partir da data-base de 1º de maio, além de reajuste no vale-alimentação e no auxílio-creche também no índice de 4,67%. A companhia informou ainda que mantém a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) para os metroviários.

Já os ferroviários querem aumento de 7,05%, além de vale refeição no valor de R$ 21,50. A proposta da CPTM é de reajuste de 6,17% e tíquete refeição de R$ 19,50.

As negociações da categoria com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos começaram em março.

Informações da UOL

Atializada às 12h03