Indígenas do Panamá negociarão instalação de hidrelétrica
Um dos dois grupos de indígenas panamenhos que realizava ações contra as obras da hidrelétrica Barro Blanco, em Chiriquí, decidiu nesta quarta-feira participar das negociações em curso com a empresa construtora.
Publicado 23/05/2012 17:47
O coordenador do Movimento 10 de Abril, Ricardo Miranda, disse que após conversas com a Coordenadora pela Defesa dos Recursos Naturais e os Direitos do Povo Ngöbe Buglé e Camponeses, não seguirão apoiando as ações de protesto.
Miranda afirmou que os três mil indígenas que pertencem ao M-10 receberão ordens de voltar a suas bases pois priorizaram os acordos conseguidos na mesa de diálogo para que técnicos designados pelas Nações Unidas realizem a perícia do projeto hidroelétrico.
No entanto, outro grupo de indígenas que se encontra há cinco dias nos arredores do projeto reiterou através de seu porta-voz Toribio García, que só desistirão de sua intenção de ocupar o local se o governo ordenar a suspensão dos trabalhos.
No entanto, Julio Lasso, da empresa Geradora do Istmo S.A. (Genisa), construtora do projeto, reiterou que os terrenos onde entraram os indígenas não faz parte da comarca Ngöbe Buglé.
Nas últimas negociações de março, após muita reticência, a Genisa aceitou a perícia dos técnicos mediante a qual deve determinar o real dano das obras à comarca, em especial ao rio Tabasará vital para as comunas.
Do mesmo modo, os técnicos devem avaliar os efeitos das alterações que o projeto sofreu ao ampliar suas dimensões, bem como os prejuízos reais aos 6,6 hectares de território afetadas pelas obras.
A cacique Silvia Carreira responsabilizou a Genisa pelas diferenças entre os indígenas porque seus representantes estão visitando centros educativos e de saúde para entregar folhetos com o único objetivo de confundir a população.
Fonte: Prensa Latina