Aliados de Pinochet querem relançar partido do ex-ditador

Um grupo de apoiadores da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) quer relançar o Partido do Avanço Nacional (PAN), criado em 1984 pelo ex-chefe de operação da Central Nacional de Inteligência do Chile, Álvaro Cosbalán. Um relatório oficial de agosto de 2011 sobre a ditadura Pinochet estima em mais de 40 mil as vítimas desse regime, entre elas 3.225 mortos ou desaparecidos.

A intenção de relançar o partido foi publicada no portal Despierta Chile, criado por defensores da ditadura chilena e de Pinochet, onde convocam a arrecadação de assinaturas para conseguir reinscrever a sigla de maneira oficial.

"Defenderemos e faremos se destacar os insuperáveis acertos do passado recente e que são mérito do governo das Forças Armadas e Carabineros do Chile", afirma o documento.

O texto ainda aponta que "reivindicaremos a institucionalidade, a integração nacional entregue pelo governo do presidente Pinochet e os marcos de sua gigantesca obra, que tentaram ocultar demagogicamente às atuais gerações".

A declaração sustenta que "chegou o momento de aceitar que a liberdade pela liberdade não é o grande pilar sobre o qual deve descansar o ideário nacional".

O Movimento Avanço Nacional existiu legalmente entre janeiro de 1988 e janeiro de 1990. Sua intenção foi prolongar o poder do ex-ditador concorrendo a cargo legislativos para as eleições de 1989, as primeiras depois de 17 anos de ditadura.

Depois de obter uma grande derrota e não conseguir nenhuma vaga no Congresso, dissolveu-se em 1991 e uma boa parte de seus militantes ingressou na União Democrática Independente (UDI), que atualmente compõe a aliança do governo de direita do presidente Sebastián Piñera.

Com Ansa