No Peru começa greve contra projeto mineiro em Cajamarca

A região de Cajamarca começará nesta quinta-feira (31) greve contra  projeto mineiro, enquanto em outra região peruana, sob estado de emergência, persiste a tensão em meio a um grave conflito.

Diversas organizações sociais de Cajamarca propõem-se paralisar a capital, de mesmo nome, bem como as províncias da região, para que o Governo descarte o projeto mineiro aurífero Conga.

Dirigentes do protesto alertaram a população contra possíveis provocadores das empresas que buscarão ações violentas para desacreditar a paralisação e atribuíram a esses a descoberta policial de três bombas de fabricação caseira, ontem, no aeroporto cajamarquino.

A greve retoma mobilizações contra o projeto Conga – de capital majoritário estadunidense – motivadas pelo temor de que causem danos ao ambiente.

O projeto está congelado desde novembro passado, apesar de  o governo ter dado luz verde, após fazer novas exigências sociais e ambientais a partir de um peritagem internacional sobre seu impacto hídrico.

A tensão caracteriza as primeiras horas da paralisação, depois que na última terça-feira uma massiva concentração promovida pelos setores empresariais e oficiais apoiaram o projeto, em meio a temores por possíveis confrontos.

Estado de emergência

Enquanto isso, na região de Cusco, a província de Espinar segue sob estado de emergência, decretado depois dos violentos protestos da segunda-feira, reprimidos pela polícia, que matou a tiros dois civis e feriu dezenas.

A situação oscilou entre o alívio e a tensão, já que foram libertados a maioria dos presos, incluído o presidente da Frente de Defesa de Espinar, Herbert Huamán. Ao mesmo tempo, foi preso de forma violenta o prefeito, Oscar Mollohuanca, quando ia participar de uma conversa com outros prefeitos e o governador, Jorge Acurio.

A detenção do prefeito gerou rachas oficialistas, pois foi denunciada como uma provocação contra o diálogo para solucionar o conflito, por três parlamentares cusquenhos e Acurio, todos do partido dirigente, que culparam o premiê Oscar Valdés.

Os parlamentares pediram inclusive a demissão de Valdés, mas este foi respaldado pela bancada oficialista e desqualificou os indagamentos, a tempo de assinalar que haverá diálogo apenas quando a ordem for totalmente restabelecida.

Fonte: Prensa Latina