Ativistas querem impedir homenagem a Pinochet no Chile

Parentes e amigos de vítimas da ditadura no Chile se esforçam para impedir que o ex-ditador Augusto Pinochet (1973–1990), responsável por um dos governos mais violentos da América Latina, seja homenageado no próximo dia 10.

A presidenta da Associação de Familiares de Desaparecidos e Mortos do Chile, Lorena Pizarro, pediu no domingo (3) às autoridades chilenas que proíbam o evento em homenagem a Pinochet, em Santiago, capital do país.Lorena Pizarro pediu ao presidente do Chile, Sebastián Piñera, que condene as homenagens em nome da “ética e política”. Uma sessão em homenagem a Pinochet é organizada pela Corporação 11 de Setembro – data do golpe de Estado de 1973 -, e pela União dos Oficiais da Reserva da Defesa Nacional.

A Comissão Parlamentar dos Direitos Humanos e o Instituto Nacional de Direitos Humanos manifestaram repúdio ao ato. No período em que esteve no poder, Pinochet foi responsável pelo assassinato de 5 mil pessoas e a prisão e tortura de 50 mil.

A ditadura do general Pinochet foi uma das mais cruéis na América Latina. Os casos de mortos e desaparecidos políticos são temas presentes na política nacional. A ex-presidenta chilena Michelle Bachelet, que antecedeu o atual presidente Sebastián Piñera, perdeu o pai assassinado durante a ditadura Pinochet. No país, há um museu em homenagem às vítimas do regime, na região central de Santiago.

Porém, os simpatizantes do ex-presidente, que morreu em dezembro de 2006, liderados por seu ex-colaborador Alvaro Corbalan, que atuou no comando de operações da Agência Nacional de Inteligência, anunciaram há cerca de duas semanas a decisão de fazer uma homenagem pública a ele. Corbalan cumpre pena de prisão perpétua por violações aos direitos humanos e crimes contra a humanidade.

Com agências