Crime choca Colômbia; Santos vai combater violência de gênero

Após o crime contra Rosa Elvira Cely ter chocado a Colômbia, o presidente Juan Manuel Santos anunciou um pacote de medidas para melhorar a segurança da mulher e criou um comitê dedicado especialmente para combater a violência de gênero.

Rosa Elvira - Gustavo Torrijos

Rosa Elvira Cely, de 35 anos, foi encontrada em um parque, no dia 24 de maio, em meio a uma poça de sangue. Cely foi golpeada na cabeça, tinha hematomas nas costas e sangramento na área vaginal. No hospital, constatou-se que a vítima foi brutalmente violentada e que tinha um pedaço de pau e várias farpas e ervas introduzidos em seu corpo pelo ânus. Seu útero e sua pélvis estavam completamente machucados devido à empalação.

O crime chocou o país. Foi realizada uma marcha na Colômbia. “Rosa Elvira somos nós”, “menos flores e mais direitos”, “nenhuma mais”, foram palavras de ordem das manifestantes. A primeira dama do país, María Clemencia Rodríguez e sua filha, María Antonia Santos, também participaram do protesto realizado no Parque Nacional.

María Clemencia Rodríguez, primeira dama da Colômbia, e sua filha María Antonia Santos, también
protestam no Parque Nacional/ Foto: El Espectador

O comitê recém criado, deve atuar na prevenção, apuração e no encaminhamento de casos de agressões contra mulheres à Justiça. O foco é a agressão doméstica. De acordo com dados oficiais, a cada duras horas uma mulher é estuprada no país, de acordo com dados oficiais.

Santos destacou a necessidade de a comissão atuar em defesa das mulheres. "Vamos criar um sistema, muito mais eficiente e abrangente [do que existe hoje no país], para combater o crime e a violência contra as mulheres que, pelas estatísticas, às vezes não são contabilizados", disse ele.

Santos determinou que a comissão terá o apoio de investigadores e do Serviço de Direção de Inteligência Policial. Segundo o presidente da República, o governo redobrará os esforços para aumentar a segurança em todo o país.

Cely foi enterrada domingo (3), após vários dias de agonia no hospital. Nesta segunda-feira (4), o Ministério Público anunciou que o acusado pela violência e morte de Cely, Javier Valenzuela Velasco, terá a denúncia acrescida pelas acusações relacionadas aos crimes de atos sexuais abusivos.

Valenzuela está detido na prisão La Modelo, de Bogotá. Anteriormente, ele também foi condenado por crimes sexuais cometidos contra duas enteadas, de 4 e 10 anos.

Da Redação do Vermelho,
Vanessa Silva com informações da Agência Brasil