Imperialistas preparam terreno para agredir a Síria

Nos últimos dias têm-se intensificado as manobras dos países imperialistas, especialmente os Estados Unidos e integrantes da União Europeia, além dos seus aliados no Oriente Médio, sobretudo as monarquias reacionárias da Arábia Saudita e do Qatar, a fim de pavimentar o caminho para uma intervenção militar na Síria.

Por José Reinaldo Carvalho, editor do Vermelho

Nessas manobras, os inimigos da paz e do direito internacional não se detêm diante de crimes de lesa-humanidade e, hipocritamente, invocam argumentos com aparência jurídicos como se a Carta das Nações Unidas e o direito internacional como um todo amparassem suas teses e lhes dessem razão.

No dia 25 de maio, ocorreu o hediondo massacre de Houla, povoado sírio da região de Homs, em que pereceram mais de cem pessoas, entre elas crianças, mulheres e idosos indefesos. Apressadamente, a mídia a serviço do imperialismo apontou seu dedo acusatório ao governo do presidente Bashar al Assad. Depois ficou demonstrado que a responsabilidade pelo atentado terrorista é dos bandos armados que atuam no pais a soldo dos inimigos da Síria, que os abastecem com dinheiro e armas.

Igualmente, intensificaram o cerco midiático que, como sempre ocorre em tais ocasiões, assume também a forma de terrorismo midiático. A Liga Árabe decidiu suspender a radiodifusão dos canais locais via satélite Arabsat e Nilesat, o que obviamente acrescenta um novo ingrediente à campanha contra a Síria. A medida, que contraria a liberdade de expressão e afronta o direito de informação do povo, mereceu a condenação da União de Jornalistas Árabes.

Soma-se a isso o aumento das ações de violência de bandos armados, que nos últimos dias mataram dois generais de brigada e seqUestraram mais um, entre outras vitimas militares e civis.

Ao mesmo tempo, Os Estados Unidos, seus aliados da União Europeia e regimes retrógrados do Oriente Médio iniciaram uma campanha pelo isolamento diplomático da Síria, estimulando o fechamento de embaixadas.

A situação na Síria vai se complicando, chegando a um ponto perigoso e quase sem retorno. Os países imperialistas,tudo fazem para que fracasse o plano de paz do ex-secretário geral da ONU e enviado especial ao país árabe, Kofi Annan. O governo da Síria afirmou que aceita o plano de paz e só condicionou sua execução à suspensão dos atentados terroristas pelos bandos de mercenários. Estes últimos não aceitaram qualquer negociação com o governo e explicitaram que não aceitam o Plano Annan.

Paralelamente a isso, os países imperialistas iniciaram uma campanha pela intervenção militar externa, invocando o Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que estipula, entre outras coisas: "O Conselho de Segurança determinará a existência de qualquer ameaça à paz, ruptura da paz ou ato de agressão e fará recomendações ou decidirá que medidas deverão ser tomadas a fim de manter ou restabelecer a paz e a segurança internacional".

É evidente que em nada a norma da ONU se aplica à Síria. O país não ameaça a paz regional, nem internacional, não atacou nem cogita atacar vizinhos. Quem ameaça a paz mundial são as potências imperialistas, suas alianças agressivas, como a Otan, suas bases militares ao redor do mundo, as armas nucleares e as provocações que fazem contra países que estão na sua alça de mira.

O Brasil não está fora dessa disputa. Na última terça-feira, dia 5 de maio, a Câmara dos Deputados aprovou simbolicamente uma moção de “repúdio” ao governo da Síria. De autoria do deputado direitista Mendonça Filho, do DEM de Pernambuco, a moção teve como um dos seus defensores mais histriônicos o também pernambucano, eleito por São Paulo, Roberto Freire, do famigerado PPS, um partido que vive a tiracolo do neoliberal e conservador PSDB.

Por tudo isso, a solidariedade ao povo sírio é um dever das forças progressistas brasileiras, assim como é importante a resistência nacional do povo sírio, que unido, saberá defender seu país e derrotar os planos intervencionistas das grandes potências.