Palestina: expansão de colônias agrava desemprego
A expansão das colônias judaicas nos territórios árabes ocupados é uma das principais causas da precariedade sofrida por trabalhadores palestinos, acusou a OIT (Organização Internacional do Trabalho) em relatório divulgado no dia 4. O documento sobre a evolução da situação dos trabalhadores nesses territórios durante o último ano assinala não haver alternativa a não ser o fim da ocupação por parte de Israel para ocorrer uma melhora na situação dos trabalhadores palestinos.
Publicado 07/06/2012 14:34
"A economia palestina alcançou limites (de deterioração) que não podem ser superados sem uma ação em relação aos dois principais obstáculos que enfrenta: a ocupação e a separação", diz o relatório divulgado durante a Conferência Internacional do Trabalho que reúne em Genebra autoridades, representantes patronais e sindicatos da maioria dos 185 países-membros da OIT.
O documento confirma que a situação dos palestinos continua se deteriorando em termos de emprego, o que é uma constante desde a explosão da segunda Intifada, em 2001. Dez anos depois, em 2011, o desemprego é mais alto devido particularmente às sérias dificuldades que enfrentam os palestinos para trabalhar em Israel. A taxa de desemprego nos territórios ocupados foi de 21% em 2011; entre os homens jovens foi maior: 32%; entre as mulheres jovens, maior ainda: 53%.

OIT: desemprego alarmante entre os palestinos
Estes números são alarmantes quando se considera a particularidade que 71% da população tem menos de 30 anos. Por outra parte, o responsável da Missão da OIT para os Territórios Palestinos, Kari Tapiola, disse na entrevista coletiva de apresentação do relatório que desde os Acordos de Oslo (1993) o processo de paz nunca tinha estado em um ponto morto como atualmente. Para ele, no estado atual do processo político palestino-israelense, a possibilidade de conseguir uma solução negociada que contemple a existência de dois Estados "está seriamente comprometida".
"Há um ano havia expectativa, e a dinâmica fazia pensar que se passaria a um nível superior, mas isto não ocorreu por uma combinação de intransigência política, incapacidade dos atores externos de ajudar as partes, instabilidade na região e dificuldades para a reconciliação palestina", explicou.
Fonte: Opera Mundi