Anatel promove leilão da banda larga ultrarápida no país

Acontece nesta terça-feira (12) o leilão que definirá a banda larga ultrarrápida na rede de telefonia celular, a chamada geração 4G, pelo menos 20 vezes mais rápida que a atual (3G). O upgrade da internet móvel começará em abril de 2013 nas seis cidades-sede da Copa das Confederações e nas sedes e subsedes da Copa do Mundo de 2014, a partir de dezembro de 2013. No entanto, a Anatel não define as velocidades de acesso que devem ser oferecidas pelos prestadores da banda larga, no edital.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) selecionou a faixa de frequência de 2,5 gigahertz para permitir a transmissão de dados sem fio em alta velocidade no país. O leilão também engloba a licitação da faixa de 450 MHz para a oferta de serviços de voz e dados em áreas rurais. Nestas regiões, as empresas serão obrigadas a oferecer acesso à internet com taxas de transmissão de 256 Kbps de download e 128 Kbps de upload, no mínimo. A velocidade real estimada para as redes 4G representa um acesso de 20 a 40 vezes mais rápido, em média, do que o alcançado com as atuais redes 3G – entre 256 kilobits por segundo (Kbps) e 1 Mbps.

As seis cidades da Copa das Confederações são Brasília, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte. Mas, dependendo da localidade, a espera do consumidor brasileiro pela banda larga móvel pode ser longa, até dezembro de 2019, uma vez que o cronograma da Anatel exige tanto a atualização para a oferta do acesso 4G como a obrigatoriedade de acesso 3G ou em tecnologia equivalente em todo o país.

Desde às 10h, a agência vai abrir, analisar e julgar as propostas de preço para a licitação de 4G. Os seis participantes são os grupos Claro, Oi, TIM, Vivo, Sky e Sunrise Telecomunicações – empresa de TV paga adquirida recentemente pelo fundo de investimento do bilionário húngaro George Soros.

A banda larga ultrarrápida entrou em operação em 2006, na Coreia do Sul, por meio da tecnologia WiMax, migrando posteriormente para o padrão Long Term Evolution (LTE), que permite downloads de 100 megabits por segundo (Mbps) no acesso móvel. Hoje, segundo a consultoria ABI Research, há mais de 40 redes 4G em operação no mundo, que vão conectar 61 milhões de dispositivos móveis até o fim deste ano (a maior parte smartphones), chegando a 100 milhões em 2013.

Sem melhorar estrutura velocidade não se altera

A experiência real dos serviços 4G, no entanto, depende da estrutura da rede e do número de usuários que compartilham o sinal em determinado momento.

“Além disso, as operadoras costumam estabelecer um limite à velocidade de acesso para garantir uma navegação uniforme. Então mesmo que somente uma pessoa esteja acessando a internet em um determinado local, a velocidade não vai atingir 100 Mbps, por exemplo”, explica Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco.

Quando chegar ao país, a tecnologia LTE permitirá que o internauta brasileiro faça o download de uma foto em 1 segundo ou baixe uma música em 2 segundos, em seu smartphone, tablet ou com um modem 4G portátil no computador. A previsão se baseia em uma oferta local nas velocidades entre 5 e 12 megabits por segundo (Mbps) estimada pelas consultorias Teleco e IDC Brasil.

O empresário Breno Masi, de 29 anos, já vem sentido a diferença entre as redes 3G e 4G desde meados de março, quando comprou o novo iPad, da Apple, e adquiriu um plano de banda larga nos Estados Unidos. “Hoje, o iPad com 4G é um parceirão”, diz o executivo da área de tecnologia, que usa o tablet com plano de US$ 50 mensais da AT&T para trabalhar em suas viagens mensais ao exterior. “Consigo fazer uma videoconferência, enquanto continuo trocando e-mails e navegando, numa boa, sem prejudicar a transmissão”, afirma.

Em um comparativo feito no Central Park, em Nova York, com o aplicativo SpeedTest, Masi registrou uma velocidade de acesso de 31 megabits por segundo (Mbps) de download e 15,25 Mbps de upload no acesso 4G pela operadora AT&T.

com G1