Cepal defende desenvolvimento sustentável com igualdade

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) chamou a um desenvolvimento mais igualitário e sustentável na região, centrado na diminuição da desigualdade social e na proteção ambiental.

"A região precisa entrar na terceira revolução industrial para superar a desigualdade para além da pobreza", afirmou a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, no contexto da Cúpula Rio+20 que se encerra nesta sexta (22).

Em evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Bárcena destacou o valor de uma macroeconomia com sustentabilidade ambiental e com políticas de proteção social e do mercado de trabalho.

"A integração dos pilares econômicos, sociais e ambientais do desenvolvimento sustentável foi reconhecida, inclusive na Cúpula da Terra no Rio de Janeiro em 1992, como um fator fundamental para conseguir uma agenda equilibrada de desenvolvimento", recordou.

Advertiu, porém, que esse conceito básico tem demonstrado na prática ser um desafio.

A alta funcionária das Nações Unidas esteve encarregada de moderar o fórum intitulado "Perspectivas regionais de crescimento verde e desenvolvimento sustentável".

Como convidados especiais a esse debate estiveram presentes o presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono; o premiê do Líbano, Najib Mikati; o vice-primeiro ministro da Moldávia, Mihai Moldovanu; e o ministro de Ambiente, Energia e Telecomunicações da Costa Rica, René Castro.

O ministro da Costa Rica referiu-se à decisão de seu país de fazer do manejo sustentável da biodiversidade e da paisagem uma fonte adicional de rendimentos. Destacou também a aliança de nações da região com países da Ásia-Pacífico, como Indonésia, para potencializar o manejo dos recursos naturais renováveis.

No fechamento do evento, Bárcena fez um enfático chamado à preservação dos recursos naturais do planeta. Ilustrou que a América Latina e o Caribe possuem um terço das reservas mundiais de água, 12% das terras cultiváveis, 13% da produção mundial de petróleo, 49% das reservas mundiais de prata e 48% da produção global de soja.

Apesar de contar com recursos naturais, estabilidade macroeconômica e ser um exportador exitoso de suas matérias-primas, a região ainda não conseguiu traduzir estes ganhos em um desenvolvimento mais equitativo e sustentável, alertou.

"São necessárias políticas públicas que envolvam reformas regulatórias e fiscais, bem como planejamento estratégico e gerenciamento e administração dos conflitos ambientais", disse.

É necessário reverter a tendência para as economias que dependem enormemente das exportações primárias e garantir a criação de políticas que invistam em conhecimento, infraestrutura e tecnologia, afirmou.

Fonte: Prensa Latina