Manifestações exigem fim do poder militar no Egito

As grandes manifestações prosseguiram ontem (22) no Cairo e nas cidades de Alexandria e Suez, no Egito, contra o poder militar no país. Sob a palavra de ordem de "Retornar ao Estado de Direito", os manifestantes exigiam a abolição da declaração da constituição suplementar decretada pelo Conselho Supremo das Forças Armadas, a revogação da dissolução da Câmara dos Deputados e o afastamento dos militares do poder.

Protestos no Egito

Ontem (22) o exército egípcio divulgou declaração sublinhando que o estado de direito é a base do poder do país. Mesmo assim, reafirmou a declaração de constituição suplementar, alegando que ela foi emitida com base no entendimento do exército sobre os mais altos interesses nacionais. Sobre a dissolução da Câmara, a declaração diz que o judiciário (que formalmente tomou aquela decisão) é um dos pilares do país e que qualquer ato de bloquear ou atrasar sua entrada em vigor será punido por lei.

O fechamento da Câmara pelo Tribunal Supremo Constitucional do Egito, no dia 14, baseou-se na alegação de que alguns artigos da legislação eleitoral violaram a constituição, declarando assim nula a eleição parlamentar do final de 2011 e inicio de 2012, dando base para a dissolução da Câmara. Foi com base nessa resolução que o presidente do Conselho Supremo das Forças Armadas, Mohamed Hussein Tantawi, dissolveu (dia 16) a Câmara. No dia seguinte, aquele conselho publicou a declaração da constituição suplementar e atribui ao próprio Conselho Supremo das Forças Armadas o exercício do poder legislativo, enquanto não se realiza nova eleição parlamentar.

Enquanto isso, no Cairo e nas grandes cidades do país, o povo exige a volta à normalidade e o anúncio – adiado sem data prevista – do novo presidente do Edito, eleito no último final de semana.

Com informações da Rádio China Internacional