Paraguai: EUA é o primeiro pais a reconhecer o governo golpista

O primeiro reconhecimento externo ao governo ilegítimo do Paraguai veio – não poderia ser outro! – do departamento de Estado dos EUA, na noite da própria sexta-feira (22) e algumas horas depois de consumada a deposição do presidente constitucional, Fernando Lugo.

Assunção: resistência contra o golpe

Em nota oficial, a diplomacia norte-americana disse reconhecer "o voto do senado paraguaio pelo impeachment do presidente Lugo" e "pede para que todos os paraguaios ajam pacificamente, com calma e responsabilidade, dentro do espírito dos princípios democráticos" da nação. Esta é a mensagem corriqueira dos EUA e significa: "Não reajam ao golpe".

O governo de Washington acompanha de perto a crise no Paraguai e sua embaixada em Assunção observa a situação muito atentamente. "Com base nos compromissos com a democracia no continente, é importante que as instituições do governo sirvam aos interesses do povo paraguaio", destacou o porta-voz para América Latina do departamento de Estado, William Ostick’. "Para tal, é criticamente importante que estas instituições ajam de maneira transparente e que os princípios do devido processo e dos direitos do acusado sejam escrupulosamente respeitados".

É muita cara de pau! Golpe é golpe; no Paraguai não houve transparência, nem respeito a um mínimo direito de defesa. O que houve foi a fórmula inaugurada com o golpe contra Manuel Zelaya, em Honduras, há exatos três anos, em 28 de junho de 2009. E a pretensão hipócrita de disfarçar com ares de legalidade constitucional a traição à vontade popular e a deposição de um presidente que a classe dominante paraguaia e o imperialismo dos EUA nunca aceitaram.

Com informações da Rede Democratica