Estudantes brasilienses ganham prêmio Mundial de Robótica

Pouco mais de 25cm de largura, cerca de 17cm de altura, uma garra móvel e quatro sensores que ajudam a locomoção. Com essas características o robô Avenger ajudou cinco estudantes do Colégio Mackenzie de Brasília na conquista de um troféu da RoboCup 2012, Campeonato Mundial de Robótica, disputado na Cidade do México entre 18 e 23 de Junho.

Eles chegaram de viagem na madrugada de ontem, mas demonstraram entusiasmo ao exibir o prêmio à tarde.
Os brasilienses da equipe Andrômeda Fênix confessaram que a ficha só caiu quando eles chegaram à competição e que, no início, as expectativas não eram as melhores.
“O nosso robô era o pior, o menos complexo. Pensamos que não teríamos chance, mas acabou que, por ser menor, nosso robô se deu bem”, conta Armindo Jreige Júnior, de 16 anos e capitão do time.
Os meninos disputaram a divisão A da categoria Resgate (“Rescue”) e se classificaram entre os 12 melhores após nove rodadas de competição. Isso os habilitou a participar do Super Time (“Superteam”), em que seis grupos são formados unindo duas equipes dentre as que restaram no torneio. O Brasil se juntou à Alemanha e, nessa hora, brilhou a estrela de Avenger, o único a completar o trajeto proposto, levando o grande prêmio.
Simples e prático
“Alguns robôs se complicaram para passar para as outras áreas e fazer as curvas justamente porque eram muito grandes. Na subida, usamos um ‘nitro’ (uma ferramenta de propulsão) para que o robô aguentasse”, explicou o integrante André Gomes Leite Santos, 17 anos.
Ele também contou que tudo começou de maneira despretensiosa. A primeira versão do Avenger, à época chamado de Cro-cop, foi feita às pressas na madrugada anterior a uma competição. “Um dia estávamos reunidos informalmente e o professor nos avisou do torneio regional. Aí pensamos ‘Por que não?’ e terminamos o robô um dia antes.”
O professor em questão foi Mauro Azevedo Viana Júnior, especialista em robótica educacional e responsável pelas aulas no Colégio Mackenzie. Segundo os alunos, ele foi um dos grandes incentivadores e talvez a razão principal para que tudo desse certo.
O começo
Além de André e Armindo, a Andrômeda era composta originalmente também por Ana Luiza Feitosa e Camila Jreige, irmã de Armindo.
“A minha irmã se juntou com a melhor amiga dela, a Ana, e eu com meu melhor amigo, o André, e depois formamos um time. Elas eram mais velhas e tiveram a idéia, mas todos nos entusiasmamos com as aulas de robótica”, explicou o capitão.
Depois que Ana e Camila passaram no vestibular e tiveram que deixar a equipe, foram substituídas, no início deste ano, por Joaquim Augusto Silveira, Lucas Mateus Martins Araújo e Castro e Rafael Ferreira Martins, todos com 13 anos. Eles fizeram provas teóricas e práticas envolvendo alunos de até 17 anos e foram os selecionados para integrar a equipe de robótica.
“Eu mudei pra essa escola só para estudar robótica. Sempre gostei de mecatrônica e um dos meus sonhos é um dia competir pela USP ou pelo ITA”, disse o entusiasmado Rafael.
Futuro
A coordenadora do projeto de robótica, Lucilene Lopes Campanholo, 42 anos, acompanhou os estudantes ao México e exaltou o feito.
“Esse tipo de projeto vai ajudar a desenvolver novas tecnologias que vão ajudar muita gente. Não é algo que fica só em âmbito acadêmico. Um robô como esse pode ser utilizado em situações reais daqui a uns anos”.
Com grandes expectativas após a conquista na RoboCup, Lucilene confirmou que a Andrômeda tentará se classificar novamente para o Campeonato Mundial do ano que vem, sediado na Holanda. “Esperamos trazer mais um troféu para o Brasil”, completou.